O segundo dia de Jameson Urban Routes, tal como antecipámos, revelou-se num dia de muita dança e muita música eletrónica, passando pelos mais diversos géneros da mesma.
Logo a abrir, os Holy Nothing “desceram” à cidade alfacinha para apresentarem o seu mais recente Hypertext pela primeira vez abaixo do rio Mondego. A casa, ainda meio-vazia, rendeu-se totalmente aos ritmos bastante dançáveis dos portuenses que trataram de mesclar ambos os seus
trabalhos
de estúdio nos 40 minutos de concerto concedidos. O público dançou, saltou, cantou, enquanto o trio se deslocava por entre os sintetizadores e as potentes linhas de baixo. "Apex", aparentemente muito influenciada pelos Kraftwerk, encerrou o cortejo da melhor forma.
A seguinte banda a entrar em cena seriam as Telepathe que também não conseguiram atrair uma grande plateia de fãs. Contrariamente ao sucedido com a banda anterior, este duo não merece mesmo mais que as cerca de 200 pessoas da sala, se tanto.
A música é um synthpop básico, revivalista dos anos 80, tal como outras milhentas bandas o fazem, incluindo algumas portuguesas. A atitude e presença em palco rondou o zero. Pouca movimentação em palco, pausas enormes entre músicas, pouca interacção com o público (escrevemos “pouca” porque o “bye” da despedida sempre conta para alguma coisa) aliados aos desafinos da vocalista/teclista Busy Gangnes tornou esta actuação muito próximo do olvidável.
Passados 20 minutos já olhávamos para o relógio para ver quando acabava e nem "Fuck You Up", claramente a música mais bem recebida da noite, salvou a alma do convento.
Poucas palmas se ouviram quando as americanas saíram de palco: o público quase não reagiu a quem não lhe prestou atenção.
O que, supostamente, seria a banda principal do dia revelou-se como a banda de transposição entre a primeira e a atuação com mais gente da noite: o DJ set de Pablo Días-Reixa, mais conhecido por El Guincho, que mesmo tendo cambiado os instrumentos pela mesa de mistura, arrastou uma bela multidão para dançarem ao som dos ritmos “quentes” mais variados.
Ouviu-se de tudo: R&B, Reggaeton, Pop Rap, Funk Carioca (ou Baile Funk) e até músicas do próprio, mais propriamente “Pop Negro”. Para acabar, o músico reservou o hino Funk do momento, pelo menos na Europa, já que no Brasil as coisas andam mais depressa, MC Bin Laden com “Bololo Haha” encerrou o verdadeiro festão que se vivia no Musicbox, com direito a invasão de palco e tudo.
Se isto é El Guincho em DJ Set é bom que volte rapidamente para um concerto em modo “live”, a experiência não poderia ter corrido melhor.
A animação prosseguiu mas de modo mais calmo com a electrónica de Nicola Cruz e já no late-night com a batida de Babaz Fox e Nunex & Famifox.