Bombino
Na edição de 2022, Mdou Moctar e o seu ritmo galopante contagiou a plateia, tornando-a numa onda saltitante em uníssono e repleta de sorrisos rasgados. A sua sonoridade tuareg provou que, mesmo com um dia repleto de stoner, a necessidade de inserir um grupo com músicas mais mexidas combina bem debaixo do sol e faz a mudança necessária para acelerar o ritmo do dia. Com esse concerto marcante em mente, surge agora uma banda de tuareg por dia. A destacar, apontamos Bombino no dia 11 de agosto em pleno horário de pôr do sol. Com dois novos singles lançados este ano, o músico do Níger promete trazer uma mestria calmante mas cheia de ritmos para animar o público.Dentro do mesmo género: Etran De L'Aïr (desert blues), Imarhan (tuareg).
Scowl
Eis que o cartaz deixa um pouco de hardcore tomar conta. De Santa Cruz chegam os Scowl, uma banda que faz parte de um movimento que está a fazer fervilhar a cena hardcore na Califórnia (impulsionado também pela ascensão meteórica dos Turnstile) e do qual fazem parte também nomes como Zulu, Drain ou Militarie Gun. É talvez pelo alto contraste que existe entre o estilo floral e alegre com que se apresentam visualmente e a pujança intensa que libertam na voz e riffs que esta banda capta tanto a atenção. Além disso, essa antítese é ouvida entre refrões e versos, deixando os refrões calmos e os versos completamente destrutivos. A presença em palco da vocalista Kat Moss é estrondosa e por si só um ponto fulcral para não se perder esta banda de harcore punk de vista. Chegam com o novo EP Psychic Dance Routine, apostando mais em misturas entre voz cantada e screamo e adicionando mais rock à fórmula.Dentro do mesmo género: Off! (punk hardcore old school) e Spy (hardcore).
Mythic Sunship
Voltando a sonoridades mais psicadélicas, temos Mythic Sunship. É verdade que todos os anos este género faz parte da casa, mas é impossível não se dar ênfase a este grupo que, certamente, não passará despercebido. A banda dinamarquesa pega em todo o conceito por trás de uma sessão de improvisação e cria uma perspectiva única de psicadelismo, oferecendo uma experiência instrumental que serve de uma verdadeira viagem celestial. A clareza das guitarras certamente será uma porta de entrada para tonalidades rasgadas e toques de free-jazz numa sonoridade cada vez mais complexa.Dentro do mesmo género: Earthless (psych rock), Kanaan (psych rock), Temple Fang (psych rock) ou Weedpecker (psych stoner).
Temple Fang
Ainda dentro da onda psicadélica, os Temple Fang diferenciam-se pela particularidade de serem uma banda com o espírito jam e o improviso bem assente no seu ADN. Até há bem pouco tempo, esta banda natural de Amsterdão era quase que um mito urbano de quem a apanhava ao vivo. Não querendo lançar registos de estúdio, foi o passa a palavra de melómanos que ajudou a densificar o seu estatuto e curiosidade dentro da cena stoner europeia. Hoje, contam já com alguns trabalhos editados mas com a particularidade das faixas não terem sido gravadas em estúdio mas sim captadas através da mesa de som em diversos concertos da banda, de forma a captarem na mais fiel forma a sua sonoridade. Sonoridade essa que tem por base o psych stoner mas que segue um heavy rock clássico e uma espécie de space rock capaz de alavancar por completo uma ascensão ao cosmos que perdura nos seus longos mantras.El Altar del Holocausto
Aqui está uma banda que, à primeira vista, tem tudo para chamar a atenção. Com a sua atitude misteriosa em palco, atuam completamente cobertos de vestes brancas fazendo com que a identidade dos seus membros permaneça desconhecida. Deixam soar um instrumental que ora se deixa emaranhar pelo post-rock, ora é dominado por post-metal alusivo ao divino e espiritual. Com fortes alusões religiosas (desde o facto do seu nome ser literalmente retirado de uma passagem da bíblia), o grupo espanhol promete ser celestial nos momentos certos e conseguir arrancar em algumas ocasiões um doom sludge forte o suficiente para dar um concerto memorável.Dame Area
A noite de dia 10 de agosto vai terminar com synth rock. Os Dame Area, de Barcelona, trazem uma música eletrónica dançante para os resistentes, com fortes influências de sonoridades industriais e tribais. No sintetizador está Viktor L. Crux que já colaborou com nomes como J.Arbeit dos Einstürzende Neubauten. Em palco, juntam-se os sintetizadores com percussão e vocais a cargo de Silvia Konstance, dando-nos linhas de baixo que ecoam na noite em que certamente o pé vai bater.O festival Sonic Blast regressa entre os dias 9 e 12 de agosto, tendo como palco novamente a Praia da Duna dos Caldeirões em Vila Praia de Âncora. Tanto passes gerais como bilhetes diários estão ainda desponíveis através da plataforma BOL.
Cartaz completo e horários:



