É o 2º álbum da banda de Black Metal da California - Deafheaven. Depois de Roads to Judah, os Deafheaven apareceram em 2013 com um álbum que conseguiu fazer aquilo que o primeiro não tinha conseguido: destacar-se do restante movimento Black Metal.
O Sunbather é um dos melhores álbuns de Metal do ano de 2013 e, na minha opinião, um dos melhores álbuns do ano, de qualquer género musical. Isto acontece porquê? Porque o Sunbather muito pouco provavelmente pode ser considerado um álbum de Black Metal tradicional, e se quisermos ir mais longe, se é que pode ser mesmo considerado um álbum de Black Metal. As influências vêm de todos os lados. Desde o Post-rock, ao Screamo, até ao Ambient Metal, a passar pelo Shoegaze. E o álbum consegue combinar o que de bom têm esses géneros musicais, criando um conjunto de músicas diferente, bem produzidas, brilhantemente executadas e criativas. É quase como uma salada de fruta, onde os sabores dos frutos estão todos interligados entre si e conseguimos saborear ao máximo os nossos frutos preferidos e aquilo que gostamos em cada um deles.
O álbum começa em grande, com um monstro de 9 minutos. Uma música pesada com muita gritaria pelo meio. Uma das melhores conseguidas pela banda, na minha opinião, e chama-se Dream House. De seguida, e em jeito de ligação para com a música anterior, temos a Irresistable que é uma melodia encantadora de piano e com algumas guitarras acousticas, muito clara, muito iluminadora. Tal como no Post-Rock, onde temos os pontos altos e os baixos, a Dream House seria o ponto alto e a Irresistable o ponto baixo, em termos de intensidade, mas sendo duas músicas diferentes que se ligam entre sim.
Depois aparece outra das minhas músicas preferidas, a que dá o nome ao álbum: Sunbather. Ao mesmo jeito da Dream House, é uma música pesada, com gritos, com pontos altos e baixos. Muita, mas mesmo muita intensidade. É a música onde as influências de Post-Rock se sentem mais vincadamente. E a música que melhor conjuga o que todos os géneros musicais de que falei atrás têm de bom. Riffs vibrantes de guitarras, guitarras quase que como a chorar, bass lines fortes e uma bateria alucinante com aquele som ambiente por trás. Esta música mostra uma criatividade fora do normal em conseguir conjugar tudo o que aqui foi conjugado.
Segue-se a Please Remember, outra mais calma, como a Irresistable, e parece que a banda anda nesta formula, de pôr um monstro seguido de uma musica super clara e acolhedora. Mas sinceramente a mim não me faz grande confusão porque resulta. E de que maneira. Se foi uma boa ideia que a banda teve, porquê criticar o seu uso?
O que mais gosto aqui, para além da criatividade é a intensidade e o fulgor, o sentimento com que este álbum foi escrito e produzido. O sentimento que lhe está incutido. Sente-se a dor e a mágoa com o gurial, sente-se a calma com os pianos, e sente-se a energia e a revolta com as guitarras. Há aqui um conjunto de sentimentos que conseguimos retirar deste album e que fazem parte do nosso dia a dia.
Francisco Silva
