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Death Cab for Cutie – Plans (2005) | Máquina do Tempo #12

12 de Março, 2017 ArtigosÂngela Santos

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Decorria o ano de 2005 e, com os meus tenros 14 anos, os meus gostos musicais e cinemáticos estavam espalhados por um grande espectro. Linkin Park, Paramore, The Killers e System of a Down faziam parte da minha discoteca diária, sem nunca me fartar de ouvir as mesmas músicas vezes e vezes sem conta. E, no departamento das artes visuais, eram poucos os filmes e séries que me interessavam verdadeiramente.

Contudo, ao fazer zapping pela televisão, encontrei uma série que me viria a marcar bastante e que até aos dias de hoje continua a ser uma das minhas séries de televisão favoritas. The O.C. era a típica novela para adolescentes, repleta de relações frustradas e famílias que se diziam perfeitas, mas com segredos temerosos. Mas eu, adolescente revoltada, identifiquei-me com as personagens e por aquilo que elas passavam. Compreendia os sentimentos e as emoções porque passavam e, 12 anos depois, compreendo ainda melhor.  E ao conectar-me com a série, acabei inevitavelmente por me conectar com a banda sonora que a acompanhava. Até aos dias de hoje, The O.C. é vista como a grande plataforma de música indie do início do século XXI e, indubitavelmente, criei ligações e memórias com grande parte das músicas que se ouviam em cada episódio. Muito provavelmente porque tocavam em cenas fulcrais com que me identificava e que, mais tarde, acabava por associar a momentos semelhantes na minha vida.

Mas, das músicas com que mais me conectei foi, sem dúvida, as da banda Death Cab for Cutie. Para além de ser a banda favorita da minha personagem favorita (Seth Cohen), foi referenciada várias vezes ao longo da série, criando uma curiosidade que necessitava de ser saciada. E, no auge de The O.C., Death Cab for Cutie eram uma mera banda indie que muito poucos conheciam. E, em Portugal, muito menos. Contudo, é de afirmar que Dead Cab for Cutie nunca foram o tipo de banda que iria tomar o mundo de assalto, mas tão pouco são apenas mais uma banda que se deu a conhecer a partir de uma série de televisão ou filme. Apenas se consagraram mais e aumentaram a sua base de fãs.

 

deathcab Death Cab For Cutie numa atuação em The O.C.

 

Plans foi um estrondo na carreira dos Death Cab, mostrando um amadurecimento gigante, tanto a nível sonoro como lírico, com letras muito mais abertas que as dos seus álbuns precedentes. Este é um álbum expansivo, misturando o género pop no meio do indie/rock. E o que me cativou neste álbum, acima de tudo, foram as letras. Sim, as músicas são esplêndidas e captaram-me logo. Mas o que me levou a relacionar-me instantaneamente foram as palavras de Ben Gibbard.  

A primeira parte de Plans começa com a forte “Marching Bands of Manhattan”, que parece uma introdução infindável. Como um cartão de visita, acaba por nos submergir neste pequeno mundo sentimental e aberto e, no entanto, um pouco sombrio e poético de Ben Gibbard (“Sorrow into your heart through a pinhole / Just like a faucet that leaks and there is Comfort in the sound / But while you debate half empty or half full / It slowly rises, your love is gonna drown “). E, numa transição subtil, é nos apresentado “Soul Meets Body”, possivelmente um dos grandes destaques deste álbum e a minha faixa favorita. As palavras presentes no refrão são um motto que ainda se mantém bastante presente até aos dias de hoje (And I do believe it’s true / That there are roads left in both of our shoes / But if the silence takes you / Then I hope it takes me too / So brown eyes I hold you near / Cause you’re the only song I want to hear / A melody softly soaring through my atmosphere”).

De um ponto de vista apaixonado e transcendente, Gibbard debruça-se sobre a relação entre o amor e a morte. E isto encontra-se patente também em “What Sarah Said” e “I Will Follow You Into the Dark”. Esta última, mostra de forma clara o lado mais frágil e simples de Gibbard, enquanto ele canta sobre a vida depois da morte e das suas vivências enquanto criança (“If there's no one beside you / When your soul embarques / Then I'll follow you into the dark” ). Estas músicas são, para mim, o pináculo deste Plans e aquelas com que melhor me identifiquei.

Mas tenho que notar que grande parte da segunda metade de Plans não apresenta nem metade da força e ênfase da primeira metade. Músicas como “Summer Skin” e “Your Heart Is an Empty Room” desiludem com a falta de vida e essência. Porém, ajudam a materializar este álbum. Passados 12 anos, Plans tem um significado completamente diferente para mim. O meu eu adolescente acreditava que compreendia a música de Ben Gibbard e companhia, quando na verdade eu sabia que havia certas frases e nuances que eu não entendia. Gostava da combinação da letra com a música, não questionando muito o significado ou tentando, sequer, interpretar o que estava a ouvir. Em 2017, sou uma pessoa muito mais adulta, com maior capacidade de compreensão das letras perfeitas de Gibbard e da música que as acompanha. Continuarei, sempre, a ver Death Cab for Cutie como a banda favorita de Seth Cohen. Mas são, sem dúvida, mais que isso.
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