
Salvem a rainha, pelo menos da rouquidão, que esta jovem pelo que tem feito é uma pequena Alice no País das Maravilhas com voz de canário. A metáfora terá que servir.
Ana Miró, comummente conhecida como Sequin, numa nação onde também respira Marisa Liz e Teresa Salgueiro, mas é filha-baronesa com elevadas aspirações ao trono. Um país que perdeu demasiado tempo a dar antena a Ágata e a Ruth Marlene, tem obrigação de aplaudir de pé e a respirar de alívio com Penelope.
Sequin, a experimentalista a vaguear por entre o pop com ritmo, com Beijing é exemplo. Todos os outros temas fazem o corpo ter vontade de se libertar, dos mais fáceis de convencer aos mais cépticos, mas Beijing... Beijing é um hino de poder hipnótico que nos toma e passamos o dia assim, de música na cabeça sem elas estar a tocar em sítio nenhum.

É apenas o início, porque se o primeiro foi assim, difícil é imaginar como serão os próximos. Fazemos um esforço para fazer a projecção e conseguimos imaginar a artista rodeadas de bailarinas contemporâneas, um grupo largo de clarinetes, um homem bomba e um esquilo a fazer zumba. Será todo um espectáculo de performance. Talvez não estas – maus exemplos – mas componentes de vídeo e dança serão uma evolução natural dos momentos ao vivo.
Sequin e um clarinete, porque o experimentalista é importante. E se já tocaste com Jibóia, porque não fazê-lo com um instrumento de sopro?