O muito aguardado fim-de-semana em Clisson aproxima-se cada vez mais e é difícil não pensar nas inúmeras bandas que estarão ao dispor do dedicado público no Hellfest. Na semama anterior falou-se sobre dos palcos Valley e Warzone e neste artigo focamo-nos no Altar e no Temple. Sendo que a regra dos gêneros correspondentes a um palco mantém-se nestes dois, é evidente de que a alusão que cada um faz é mais do que apropriada àquilo que têm a oferecer.
O Altar, uma clara alusão ao Altars of Madness dos Morbid Angel, é o epicentro indiscutível para qualquer aficionado do death, thrash e do grind. É neste palco que, imediatamente no primeiro dia, se reencontrarão os franceses Benighted, juntamente com os Origin e a sua descarga energética via blast-beats e shreds intermináveis. Após estes, a noite será dos veteranos, com Demolition Hammer, sem dúvida uma das grandes atrações do dia, tal como os americanos Suffocation e também os já muito circulados Napalm Death. No segundo dia o Altar contará com os finlandeses Demilich e com os britânicos Akercocke que estarão em campanha do mais recente álbum Renaissance In Extremis. A não falhar, está o super-grupo Memoriam, composto por membros e antigos membros de Benediction, Bolt-Thrower, Sacrilege e Napalm Death, e para terminar em grande, os canadianos Kataklysm serão fulcrais para devastar o Altar mesmo antes dos americanos Nile encerrarem o palco. No terceiro e último dia, a Finlândia estará mais uma vez no leme com os veteranos do grind, Rotten Sound, a garantir caos total no arranque do dia. A suécia estará em força também com The Lurking Fear, e até os próprios At The Gates, que mais tarde prometem um dos concertos mais memoráveis da noite. Os thrashers de Nova Orleãs Exhorder e os de S. Francisco Exodus serão outros pontos fortes no encerramento.
Fechando agora as luzes, o Temple é sem dúvidas, um destino imperdível para quem ouve black metal religiosamente. Este ano, o overlapping foi levado a um novo extremo com alguns dos nomes no Temple, mas analisando cada umas das opções, estes são alguns dos nomes que se dignam imperdíveis no meio de um festival tão preenchido. O primeiro dia oferece alguma diversidade na sua disposição, com Schammasch e Saor no arranque da tarde, mas acabará garantidamente em grande nível com o post-rock emotivo dos islandeses Solstafir e o black’n’roll místico dos veteranos noruegueses Satyiricon a fechar o palco. No segundo dia, a oferta ganha mais consistência e nela o público encontrará nomes incontornáveis do underground como os atmosféricos Misþyrming da Islândia, ou os rituais do psyche black metal, Oranssi Pazuzu da Finlândia. A continuar, os noruegueses Enslaved estarão em palco para promover o mais recente álbum num concerto que promete expansão total, enquanto que os suecos Watain juram desordem apocalíptica e os noruegueses Dimmu Borgir celebrarão o seu retorno ao mundo com um concerto a fechar o segundo dia de Hellfest. Terceiro e último dia, retorna a diversidade e imediatamente no arranque do palco, estarão os francófonos Plebeian Grandstand cujo som tem sido interacionalmente reconhecido pela sua dissonância e caos instrumental. Os recentemente confirmados Tombs foram uma surpresa mais do que agradável e agradará o público em transe até à chegada dos polacos Batushka. Enquanto a liturgia mantiver o público em catarse, os ânimos estarão mais do que aquecidos para a chegada dos famosos Ensiferum de Helsinquia. O synthwave e as batidas industriais de Carpenter Brut, muito à semelhança de Perturbator o ano passado, marcará passo de dança para uma despedida em grande registo de mais edição do Hellfest Open Air.
Falta analisar só mais dois palcos, os principais. Até lá, o tempo passará, e mais próximos estaremos da muito esperada terra do barulho, Clisson! Subscreve a playlist em baixo.