Após antevisão aos palcos Valley e Warzone, seguimos a preparação do Hellfest 2022 com o lançamento dos palcos Temple e Altar. Mesmo que a programação de ambos se foque de igual forma às arte do metal extremo, cabe ao Altar a dedicação incansável ao death metal, grind, thrash, speed e por aí adiante, enquanto ao Temple compete promulgar os rituais do oculto - black metal, gothic, doom tradicional. Para todos os efeitos, evitando caixas e caixinhas, se procuram peso em forma de blast beats, grunhos, grandes cavalgadas de atmosfera e distorção, então é nestes dois sítios sagrados que têm de se deslocar.
Temple
Familiarmente conhecido como o destino do black metal no Hellfest, não é de estranhar ver a oferta fortíssima que o Temple terá ao longo destes dois fins de-semana. No primeiro haverá uma insistência poderosa em nomes de grande relevância na biosfera do black, arregalando-se qualquer adepto ao assinalar Watain, Mayhem, Abbath, Vreid, Taake. Sem perder o capítulo das sonoridades atmosféricas, também o público poderá vir a explorar panoramas paralelos e mitologias distantes com The Great Old Ones, Alcest e Primordial. Até para os verdadeirvs seguidvres das raridades de cvlto haverá material para dar e vender, desde Penitence Onirique a Regarde les Hommes Tomber, Rotting Christ, Helheim ou Kampfar.
A dita diversificação a que o palco Valley está a ser sujeito, parece estar a projetar-se também no Temple e o fim-de-semana número 2 é notório nessa evidência. Mesmo sem perder o traço da raiz que associa o palco ao black, encontram-se nomes atuais de relevo crescente como os portugueses Gaerea, Sordide, Witchery e Moonsorrow, bem como um par de poderosos nomes de culto, com Cult of Fire e Archgoat. Salienta-se uma forte presença por parte de veteranos e jovens vanguardistas do género a levar o estilo por panoramas nunca antes vistos: The Ruins of Beverast, Zeal & Ardor, Arcturus, Enslaved e Triptykon. Haverá ainda direito a um brinde com uma oferta completamente fora da caixa para quem queira e precise de lavar o paladar e experimentar algo de novo com Heilung, Sólstafir, Autarkh, Conjurer e Portrayal of Guilt. Não há como fechar a lista sem mencionar os míticos Mercyful Fate. Imperdíveis!
Altar
Altar!! O local religioso do blast beat, do d-beat, dos death e progo-deaths e deathgrinds e tech deaths e de todas as entrelinhas que divagam entre os mil géneros e subgéneros do death metal. Não haverá dó nem piedade, aniquilação total sem olhar para trás. Começando pelo primeiro fim-de-semana, a velha guarda estará a monte. Denotam-se velhos mitos entre At The Gates, Grave, Death DTA, bem como Flotsam & Jetsam, Sepultura, Sacred Reich e os suiços Coroner. O sangue novo estará em minoria mas duplamente reforçado no assalto sanguíneo, com Gatecreeper, Ingested, Misery Index, Dying Fetus, Exciter e Dyscarnate. O público não saberá para onde olhar.
Com a chegada do segundo fim-de-semana, o peso dilui consideravelmente entre as cadências do doom, gothic e melodeath com Tribulation, My Dying Bride, Insomnium e Katatonia, prometendo equilibrar novamente a balança com uma dose de reforço de grindcore e deathgrind com Teethgrinder, Dropdead, Napalm Death e Carcass. O technical death estará em grande plano com os alemães Obscura, Deeds of Flesh, Decapitated e Fleshgod Apocalypse a guiar a proeficiência geométrica, em contrapeso com o primitivismo expansivo de Blood Incantation, Nero di Marte e Memoriam.
Estes dois pacos monólitos serão certamente motivo para recalcular todas as rotas e até mesmo explorar uma mão cheia de nomes por descobrir.