Valley:
Se há palco que tem passado por um processo de diversificação, e com resultados que fazem todo o sentido, é o Valley. Usualmente associado às planícies de guitarras oriundas do stoner e doom, é cada vez mais usual apanharem-se lá nomes fora do sonoro familiar e exploratórios. Para quem gosta de seguir hábitos e velhas tradições, não faltarão versos e guitarras para tal no primeiro fim-de-semana no Valley. Para os campeões de pesos pesados, o festival terá na mesa Electric Wizard, High On Fire, Vile Creature e Inter Arma. Para quem procura cor, textura e muitas camadas, celebra-se com Baroness, Elder, Mono, Envy. Para os mais dados à música da alma - os blues ou ao rock‘n’roll - não faltarão uns Duel, The Vintage Caravan, Life of Agony ou até uns mais expansivos Messa para preencher a alma ao público.
Se no primeiro fim-de-semana o ritual seguia as tradicionais regras do deserto e dos riffs de baixa frequência, será no segundo que o público poderá saciar os seus desejos de exploração sonora e peso! Com uma diversidade de atrair até aos mais tradicionalistas, não faltarão aqui nomes conhecidos e desconhecidos para convencer os curiosos. O dia de reabertura de hostes tomará conta do recado com uma cadência recheada de alma, com Slomosa, Lowrider, Hangman’s Chair e o colosso Jerry Cantrell dos Alice in Chains, enquanto no segundo haverá um portal para mundos distópicos, tanto fantásticos como absurdos: Okkultokrati, Human Impact, Godflesh, Earth e Atari Teenage Riot. Se no penúltimo dia do festival, os Molasses, Slift, Hallas, Kadavar e os Converge a apresentarem o muito aguardado Blood Moon não espetarem um sorriso rasgado de uma orelha à outra, então o mundo estará certamente perdido. A derradeira peça de arte e justíssima ode ao espírito do palco Valley caberá ao último dia do festival: Ufomammut, Thou, Eyehategod, The Obsessed e os caóticos Orange Goblin. La Crème de la crème.
Warzone:
Reconhecidamente um dos palcos mais emblemáticos do Hellfest, o Warzone possui um nome que lhe faz toda a justiça. Centenas foram os concertos de pura guerrilha que por ali passaram e marcaram presença. Este é não só um palco que reúne a música urbana no seu estado mais puro e destilado, como também um panorama que muito se assemelha a um campo de batalha. Tochas, vedações, torres de vigia. Não há escapatória! Quem para lá se dirige, sabe para o que vai. Não é de estranhar observar uma seleção de bandas que hão de encaixar que nem uma luva no ring de batalha. Mais uma vez dividindo o cardápio semanal, comece-se pelo início. No primeiro fim-de-semana haverá um encontro entre os veteranos da velha guarda - Suicidal Tendencies, Slapshot, Cro-Mags e No Turning Back no primeiro dia; Agnostic Front, Social Distortion e Anti-Flag no segundo; e Walls of Jericho e Sick of It All no terceiro. Versus uma enchente de sangue novo, entre os quais se sublinha o poderio de bandas como Higher Power, Frustration, Jesus Piece e Counterparts.
A reabertura das hostes promete mais uma vez atrair o máximo de público possível. August Burns Red, Turnstile e Rise Against serão o power trio para um público que poderá potencialmente mostrar exatamente do que é que o Warzone é feito. De volta à programação normal, o primeiro dia será totalmente dedicado ao punk/rock antémico, com Goldfinger, Bad Religion, Millencolin bem como os franceses Les Sheriff prometem criar um ambiente único de união e camaradagem. Se o primeiro é dedicado ao abraço, os seguintes serão totalmente entregues à agressão gratuita. Segundo dia arranca com Martyrdöd e Xibalba, e desenvolve num frenesim de chacina com Discharge, GBH e The Exploited. Dias como este, só no Hellfest. E para terminar, hardcore incansável e destemido. Year of the Knife, Judiciary, Incendiary preparam a intensidade, para que o céu seja o único limite em Madball e Comeback Kid.
