1
SEX
2
SAB
3
DOM
4
SEG
5
TER
6
QUA
7
QUI
8
SEX
9
SAB
10
DOM
11
SEG
12
TER
13
QUA
14
QUI
15
SEX
16
SAB
17
DOM
18
SEG
19
TER
20
QUA
21
QUI
22
SEX
23
SAB
24
DOM
25
SEG
26
TER
27
QUA
28
QUI
29
SEX
30
SAB
31
DOM
1
DOM

NOS Primavera Sound 2017 • A antevisão – Parte 2

30 de Maio, 2017 ArtigosSara Dias

Partilhar no Facebook Partilhar no Google+ Partilhar no Twitter Partilhar no Tumblr

Hellfest 2017 • Antevisão/Playlist dos palcos principais

Hellfest 2017 • Antevisão/Playlist Temple e Altar
ambiente2-15

 

After silence, that which comes nearest to expressing the inexpressible is music.

― Aldous Huxley, “Music at Night and Other Essays”

 

A contagem decrescente está a chegar ao fim: falta exatamente uma semana para o festival mais aguardado do ano, o NOS Primavera Sound regressa para a sua sexta edição. Irmão mais novo do Primavera Barcelona que começou ontem com um concerto gratuito de Local Natives e com Kate Tempest e Marc Piñol na Sala Apolo, o NPS regressa com um dos melhores cartazes do ano – e com um cartaz tão rico e diversificado, a nossa antevisão a este plantel de luxo só podia ser feita a duas partes. Na primeira parte, aqui, podem encontrar as grandes apostas de alguns colaboradores, entre as quais: Death Grips, Flying Lotus, Mitski e Swans. Nesse mesmo artigo, e mais abaixo neste podem encontrar a playlist que dedicamos ao NPS, onde já figuram faixas dos artistas e as bandas escolhidas a dedo pela redação da Wav.

 

Em jeito de aquecimento

O primeiro destaque desta antecipação vai para as iniciativas direcionadas à pequenada com o Mini NOS Primavera Sound, com Mão Verde, Throes + The Shine e Beatle Battle. Mão Verde é um projeto de Capicua e de Pedro Geraldes dos Linda Martini que para além de um livro será também um concerto temático com uma mensagem ecológica vincada, este terá lugar no dia 1 de junho pelas 11.30h. No dia seguinte Throes + The Shine chegam aos jardins do Palácio de Cristal para meter todos a abanar a bunda, dos mais pequenos aos mais velhos. Já no dia 4, encontramos a celebração dos 50 anos do lançamento de um dos mais icónicos álbuns dos Beatles “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” – os músicos de Beatle Battle desconstroem as faixas deste disco, envolvendo o público de forma dinâmica, um concerto que a organização apelida de “workshow”.

Em jeito de aquecimento, e como a maior surpresa desta sexta edição do NPS, a baixa do Porto irá receber um Dia 0 disperso por cinco bares ou salas de concerto. Já não é novidade a existência de um dia zero que já recebeu Dead Combo no Jardim das Virtudes (2014) ou Cícero nas Fontaínhas (2015). No entanto, este dia zero decidiu seguir timidamente as passadas do irmão mais velho, apresentando-se agora num formato muito mais pertinente e estimulante que dissemina pelo Hard Club, Maus Hábitos, Café au Lait, Plano B e Passos Manuel.  Uma iniciativa que permite a troca das pulseiras a partir das 15h (até à meia-noite) no Hard Club, e que promete uma quase visita guiada àqueles que vêm de fora, quer do país, quer da Invicta, a alguns dos espaços que mais movimentam a noite portuense. O mote de início dos concertos e DJ sets dá-se às 22h.

O Hard Club abre as portas das suas duas salas a Las Bistecs, Jessy Lanza, Shura, Black Madonna (sala 1) e a LINCE, Juana na rap e MVRIA (sala 2). O Café au Lait recebe DJ Lynce, O Gringo Sou Eu e Hugo Capablanca. Por sua vez, o Maus Hábitos recebe Brutus, Mueran Hermanos, DJ Nuno Lopes e La Flama Blanca. Já no Plano B a programação passa por Surma e Borusiade na sala principal, Rui Maia e Moscoman em DJ set na sala cubo e UN0 na galeria. Por último, o Passos Manuel acolhe Boris Chimp 504 e The Suicide of Western Culture no auditório e DJ Kitten na pista. Segundo o site do Primavera Sound apenas os portadores de passe geral com a troca por pulseira já efetuada podem entrar: “Não será permitida a entrada em nenhuma das salas sem ter sido efectuada esta troca obrigatória”.

O grande destaque deste dia zero vai para Jessy Lanza. Não deve se ser por mero acaso que se lê pela internet que a Jessy Lanza é uma “futuristic fairy” ou que “hyperdub has a popstar”. Oh No é uma mistura synth pop nipónica da década de 70 com uma brisa fresca de tropicália quasi-baiana banhada na ingenuidade de uma ‘menina que dança’ e uma explosão de cores, de verdes tropa, de dourados ofuscantes, de azuis safira. Já o disco que lhe antecede, Pull My Hair Back é uma masterpiece do R&B contemporâneo, de inspiração assumida em Janet Jackson. O interesse pela música eletrónica cresceu com ela, em casa, no meio dos sintetizadores do pai e das raves que o pai e um dos primos mais velhos organizavam em Hamilton. Depois de uma passagem pelo Lisboa Dance Festival, Jessy Lanza chega à cidade invicta para um concerto a não perder.

 

unnamed-2


 

No decorrer da manhã de ontem, dia 30 de maio, saíram os tão aguardados horários recheados de sobreposições às quais já devíamos, no fundo, estar habituados. Há que optar entre Swans, Bon Iver e Julien Baker; Nicolas Jaar ou King Gizzard & The Lizard Wizard; Death Grips, Metronomy ou Weyes Blood; Aphex Twin ou The Black Angels; e só nestas só nestas quatro sobreposições, perde-se uma boa parte de um cartaz que não é tão luxuoso quanto o de edições anteriores.

 

Prognósticos só no fim do jogo

… ainda assim, vamos fazendo algumas apostas. A primeira grande aposta vai para uma menina que irá atuar na mesma slot que Death Grips e Metronomy, palco Ponto e no palco NOS respetivamente. Weyes Blood é dona de uma das vozes mais dicotómicas, se por um lado é aconchegante como o lar, por outro lado encerra em si um mar de nostalgia e melancolia. Mas não só o seu timbre e o seu charme nos desarmam: as letras são tão pessoais, tão íntimas, tão verdadeiras, parece que nos falam diretamente, acima de tudo, que dão palavras a tantas coisas tão simples que sentimos e que fomos incapazes de expressar. Se a Angel Olsen era o expoente máximo dentro desta linha de vozes e presenças agridoces, no disco My Woman Olsen regressa com uma pujança revigorada. Solta-se das amarras, e deixa várias facetas da sua personalidade emergirem de forma natural e fluída – rejeita ser reduzida a um estereótipo de “this sad cartoon country girl singer” ou de “a girl at the bottom of a dark well”. Angel encara-nos nos olhos com as mil e uma emoções e complicações que acarretam o facto de ser “mulher” e desafia-nos a compreensão: “I dare you to understand / What makes me a woman”. Já Julien Baker vem munida da sua guitarra e da sua voz e presença angelicais para demolir até o coração mais rochoso – com uma maturidade vertiginosa e letras que são mais poesia que letras. Baker é uma das promessas para o futuro com sonoridades que se demarcam pela vulnerabilidade em contraste com uma resiliência que lhe é subjacente. A não perder.

 

weyes_blood_2016_wav Weyes Blood no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães, 03/12/2016

 

Sem qualquer tipo de pré-aviso, passemos para o soco na pança que é King Gizzard & The Lizard Wizard. Frenéticos, caóticos, energéticos, estes australianos vão meter o público todo à batatada, numa orgia de mosh e epilepsia que não é aconselhável aos mais sensíveis. Mandam o garage, o noise e o psicadélico para o mesmo caldeirão, e dessa mistura mágica surge uma discografia quase demasiado prolífera, até se torna difícil de estar a par do trabalho de King Gizzard. Os Wand bebem desta mesma energia, contrastando-a com momentos mais trippy e progressivos, oscilando entre a epilepsia incandescente de uns King Gizzard e a psicadelia e hipnótica de uns The Black Angels, sem nunca perder a identidade própria.

14th April. Sim, toda a gente sabe que este é o dia não-oficial-quase-oficial de fazer uma ou várias publicações sobre Aphex Twin. Mal nenhum, se é para ter o feed entupido de alguma coisa que seja de Richard David James. Um dos mais influentes e determinantes compositores contemporâneos, tem já um estatuto inegável de lenda viva: e RDJ não faz por menos. Dono de um talento inquestionável, é também dono de um dos sentidos de humor e de uma presença junto da imprensa que o torna um verdadeiro mito (para além de uma série de especiais, a FACT Magazine lançou um artigo sobre verdades e mitos sobre Aphex Twin que é no mínimo hilariante, aqui*). É também co-fundador da Rephlex, label que foi casa de nomes tão relevantes quanto Squarepusher e µ-Ziq, mestres do “braindance”. 17 anos depois da primeira e única passagem do mestre por Portugal, Aphex Twin regressa com o estatuto de D. Sebastião: a história  vai-se cumprir no NOS Primavera Sound.

 

29232845111_ed0a3c5891_o King Gizzard & the Lizard Wizzard no Vodafone Paredes de Coura, 19/08/2016
por
em Artigos


NOS Primavera Sound 2017 • A antevisão – Parte 2
Queres receber novidades?
Comentários
Contactos
WAV | 2023
Facebook WAV Twitter WAV Youtube WAV Flickr WAV RSS WAV
SSL
Wildcard SSL Certificates
Queres receber novidades?