Este ano, para além da extensão de mais um dia de festival, com um claro upgrade no alinhamento, sublinha-se as subtil mudanças na divisão dos concertos. A piscina passa a ter somente quatro concertos, encerrando o palco minutos antes do principal abrir, para que este, por sua vez, possa anfitriar cerca de 6 nomes desde o final da tarde até à noite. Com três dias de festa, é impossível fazer mossa. Quanto aos nomes que brindam mais uma edição, é nestes que se observa um exponencial crescimento no seu ADN. Evitando o mau hábito de separar, definir e etiquetar a grande diversidade do cartaz, entre gêneros e afins, estratifica-se ao invés o cartaz de acordo com os estados de espírito que tanto o têm definido ao longo dos anos.
O Transcendente
Onde a ressonância das guitarras propaga um eco de sombras com fuzz, distorção e reverb a reinarem o público mais rendido do festival. Om, incontestavelmente o nome mais sonante do cartaz, promete elevar Moledo por dimensões nunca antes vistas. O regresso dos Earthless será mais um motivo de celebração tal como a chegada dos nipônicos Minami Deutsch. A não esquecer os sobrenaturais espanhóis Toundra e Viaje a 800, estando estes últimos de retorno ao ativo, e o hipnotizante ritual oculto dos Lucifer.
A Tradição
Quanto aos fãs da espinha dorsal do festival, não faltarão nomes de stoner e blues com os enormes Graveyard a encabeçar o primeiro dia do Sonic Blast, e os ucranianos Stoned Jesus no centro do segundo. Para além de Earthless, a invasão de San Diego pronuncia-se ainda com o power combo de Petyr e Sacri Monti, a brindar o festival com o seu portentoso psych, que ainda hoje se mostra uma forte tradição no adn deste. Fica ainda a promessa de um fim de tarde memorável no primeiro dia com uma das grandes surpresas da edição: os nórdicos The Devil And The Almighty Blues.
O Peso
Quer seja em forma de doom ou heavy, o peso aqui fala sob a linguagem do RIFF. Sinta-se a lentidão, a distorção e a esmagadora atmosfera. É impossível não sucumbir aos monstros no cartaz. Os Monolord terão o armamento afinado, e os americanos Windhand prometem elevar a emoção e atmosfera no último dia do festival. Os lendários Orange Goblin encabeçarão sexta-feira à noite, após a mais recente confirmação dos polacos Belzebong. Os mexicanos Cardiel e os suecos Domkraft encerram os respectivos palcos do festival em peso.
O Sujo
Felizmente, há mais no festival para além do stoner, psyche, doom e tudo mais. Para quem gosta de mosh pits, circle pits e crowd surf, há o antídoto ideal para qualquer necessidade de suar e mexer. O peso deslavado do sludge, tal como o metal e o punk terão os seus momentos para manter o sangue a fluir no Sonic. Com Eyehategod e Dopethrone, certamente que até o pó se levanta do chão. O crossover old school dos Zig Zags vai levar o caos à piscina e a chegada do deathrock de Maggot Heart da sueca Linnéa Olsson, será brinde para os amantes do punk rock à antiga.
Os Locais
Mesmo havendo uma notável diferença entre nomes nacionais e estrangeiros, não haverá segredos para saber o que não perder entre todos os nomes portugueses. No primeiro dia, Jesus The Snake abre o palco da piscina, enquanto Solar Corona fecha o principal. Não tendo domingo qualquer grupo português a tocar, é no sábado que tocam Mr. Mojo, O Bom, O Mau e o Azevedo. A não perder.
De notar que a receção no dia zero terá a sua tradicional cerimónia no já familiar Ruivo’s Bar e Paredão 476, mesmo à beira da praia de Moledo. A partir das seis da tarde tocam no Paredão os Dumbowax e Razzmatazz, e depois do jantar, a partir das 22:30, sobem ao palco Fuzzil, Dr. Space e Greengo no Ruivo’s Bar. Promete ser um dia 0 memorável.
