Mais um final de ano, mais um conjunto de listas do que melhor se testemunhou. Nesta primeira seleção apresentamos os 15 concertos que mais marcaram a nossa redação neste ano de 2017.
15. Touché Amoré - RCA Club, Lisboa (23/06)
Touché Amoré
14. Napalm Death - Hard Club, Porto (10/12)
Napalm Death
13. Orange Goblin - Sonic Blast Moledo (12/08)
Orange Goblin
12. Mayhem - SWR Barroselas Metalfest (30/04)
11. Lightning Bolt - Vodafone Paredes de Coura (19/08)
Lightning Bolt
10. Shame - Milhões de Festa (23/07)
Shame
9. Royal Blood - NOS Alive (06/07)
Royal Blood
8. Brant Bjork - Cave 45, Porto (12/10)
Brant Bjork
7. Swans - Hard Club, Porto (08/10)
Swans
6. Toxic Shock - Sonic Blast Moledo (12/08)
Toxic Shock
5. Sly & The Family Drone - Milhões de Festa (22/07)
Sly and The Family Drone
4. Death Grips - NOS Primavera Sound (10/06)
Death Grips
3. BADBADNOTGOOD - Vodafone Paredes de Coura (18/08)
O mood estava lançado e a antecipação de BADBADNOTGOOD pela primeira vez em Portugal mantinha-o. Muitos foram ao engano, na expectativa de encontrar as colaborações orelhudas do álbum IV de 2016, mas a banda canadense não enveredou por esse caminho e por sua vez apresentou-se despida de adereços ou companhia e interpretaram as suas raízes futuristas musicais. Jazz avant garde hancokiano no anfiteatro natural que é Paredes de Coura pode soar estranho mas a verdade é que resultou perfeitamente e durante uma hora de concerto prenderam o público à sua música. É verdade que a atitude e interpelação que Alex Sowinski fazia atrás da sua bateria ajudavam, e momentos como aquele em que nos pede para todos nos aninharmos e saltar a seu comando, entraram directamente para a história do festival. Naquele palco tornaram-se autênticas estrelas de rock e no final não conseguiram conter o entusiasmo e soltaram um sentido “Holy Shit!”. O baterista atira-se para as grades e abraça-se ao seu público, o resto da banda, em cima do palco, acenava. Minutos passavam-se e já a equipa técnica montava o palco para os Japandroids e os BADBADNOTGOOD mantinham-se por lá, a dar e a receber amor.
BADBADNOTGOOD
2. Colour Haze - Sonic Blast Moledo (12/08)
Induzidos num coma cárus infernal, o higiénico e ritual armar e desarmar de instrumentos preparava-nos para um despertar genuinamente divino. “As portas da perceção” abriam-se e os excelsos guardiões do stoner psicadélico, Colour Haze, eram quem nos recebiam. Por motivos que facilmente se intuem, não fosse esta uma estreia absoluta em Portugal de uma das bandas mais maduras e influentes do género, chegava por fim um dos momentos mais aguardados desta sétima edição do Sonic Blast. Seguindo a clássica composição dos power-trios, Koglek, Rasthofer e Merwald executaram com impiedoso charme e mestria, carácter e intuição, o concerto mais demoradamente aplaudido do festival. No céu, a Cassiopeia ocupava a dianteira e por curioso e inesperado simbolismo, um corpo luminoso aproximou-se caindo para fazer connosco testemunho vivo do momento. Depois de sucessos como “Aquamaria” ou “She Said”, com “Tempel” fez-se a despedida até um prometido regresso que se espera para breve.
Colour Haze
1. Benjamin Clementine - Vodafone Paredes de Coura (19/08)
O que se seguiu abafou por completo tudo o que se havia passado naquele dia, naquela edição. A ovação aconteceu logo na entrada: Benjamin Clementine e seus músicos entravam envergando macacões: uns azuis, outros brancos. Os azuis identificavam os instrumentalistas, os brancos as vozes. A do londrino obviamente era azul e branca. Sentado num banco de bar, ao piano, Benjamin fez magia acontecer e colocou a edição de 2017 na história. Talvez seja a nossa alma melancólica e nostálgica que nos fez ficar tão rapidamente enfeitiçados na tragédia da sua música, mas o que é certo é que após “By the Ports of Europe”, do seu próximo álbum I tell a Fly, o público já não lhe poupava as palmas e ele não conseguia esconder um sorriso tão grande ou maior quanto ele próprio. Quando chegou a vez de “Condolence”, ninguém estava em já si. É então que ele manda apagar as luzes do palco e todas as luzes que tivéssemos connosco. Assim o fizemos - ficou de fora a luz que a nossa aura emanava com tal concerto - e numa comunhão absurda, todos nós cantamos as nossas condolências, num loop que apontava à exigência da perfeição, a todos aqueles que as quisessem receber. Quando chegou ao fim, com “Adios”, já nada conseguia controlar a exaltação do público: a ovação foi eterna, e tivesse este descido às grades para receber o carinho de quem o assistira, nunca mais abandonaria o recinto. Nos últimos anos de Paredes de Coura, Charles Bradley abria o pódio de concertões do festival em 2015. No ano seguinte, juntaram-se a ele, os LCD Soundsystem, e este ano, foi Benjamin Clementine a entrar neste pedestal onde todos estão em primeiro lugar.
Benjamin Clementine
Wav no estrangeiro
Apresentamos agora, por ordem unicamente cronológica, os 15 concertos mais marcantes para a nossa redação em eventos fora do país.
Wolves In The Throne Room - Desertfest London (30/04)
Wolves In The Throne Room
Inter Arma - Desertfest London (29/04)
Inter Arma
Sleep - Desertfest London (30/04)
Sleep
Arcade Fire [concerto secreto] - Primavera Sound Barcelona (01/06)
Arcade Fire (concerto secreto)
Helmet - Hellfest (16/06)
Helmet
Red Fang - Hellfest (16/06)
Red Fang
Frank Carter & The Rattlesnakes - Hellfest (17/06)