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Overall Janeiro 2020

09 de Fevereiro, 2020 ListasWav

Sem qualquer ordem, a não ser alfabética, apresentamos os discos lançados em janeiro de 2020 que mais marcaram a nossa redação.

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Overall Fevereiro 2020

Overall Dezembro 2019
 

astronoid-album-coverAlgiers - There is No Year (Matador)


A incomparável amálgama de géneros musicais que é a trademark de Algiers não deixa de ser marcante. Trouxeram-no de novo com a sua aliança de gospel-punk, post-punk, soul, industrial e com um protesto sociopolítico temático das letras que é pujante. Progressivo de uma forma descontroladamente imprevisível, There is No Year vive da corrente elétrica de beats, numa faceta excecionalmente soulful com piano ritmado pesado, passando por uma experiência de diferentes sons e instrumentos – como a percussão em “Losing is Ours” ou o saxofone (que pode também ser uma guitarra) em “Chaka”. O ritmo industrializado molda a tensão da ansiedade e raiva na voz de Fisher, a contrastar com os back vocals crescentes e sensíveis que se equilibram entre o encorajante e o derrotista. O som serve as palavras na criação de um som distópico e mobilizante. - BF



 

 

Beirut-GallipoliBohren & der Club of Gore - Patchouli Blue (Ipecac)


Através de Patchouli Blue deu-se o escoar aparentemente não estruturado de algo enigmático. Bohren & der Club of Gore compuseram um álbum de smooth jazz com uma presença esmagadoramente pesada. O sentimento é solitário, certamente obscuro, simultaneamente polido por detalhes delicados que ultrapassam a bolha da clássica banda de jazz, como as guitarras spaghetti western para florear os efeitos espaciais nos sintetizadores. Por estar tão intimamente posicionado, o saxofone sente-se como o narrador emocional de uma experiência que se torna fácil de adotar quando nos sentimos tão fortemente consumidos pela música. Tudo se move lenta e desesperadamente, e nós vamos fazendo o mesmo. - BF



 

 

Boy-Harsher-CarefulBombay Bicycle Club - Everything Else Has Gone Wrong (Island)


Everything Else Has Gone Wrong é o regresso da banda britânica aos eixos. Apesar de muitas das faixas soarem de alguma forma datadas, o álbum apresenta-nos uma clara sensação de coesão e sofisticação sonora.  Há um imediatismo de empatia, gerado através das letras simples e verosímeis, para além de um ambiente musical confortável e feliz. Desta forma, os Bombay Bicycle Club conseguiram conjugar perfeitamente a história que tinham para contar com o adorno instrumental necessário. - JR



 

 

Candlemass-The-Door-To-DoomCoogans Bluff - Metronopolis (Noisolution)


Este sétimo álbum da banda germânica – proveniente de Berlim – vem lotado de temas desiguais, originando todo um multicolorido e apaladado sortido sonoro de onde facilmente se identifica um exótico, orquestral, jovial e carnavalesco krautrock – de apurada sensibilidade jazzística, caleidoscópica pigmentação de feição psicadélica e uma serpenteante condução progressiva – que se aproxima de forma discreta mas ousada de um caloroso e contagiante funk, de um ostensivo, festivo e exuberante brass rock, e ainda se envolve e revolve numa renhida disputa de protagonismo com um agradável, afável e bem-disposto indie rock de estética e simetria radiofónicas. Não vai ser fácil estancar e contrariar a duradoura e paradisíaca ressaca por ele em nós deixada, bem como a forte convicção de que se trata de um dos álbuns mais graciosos do ano. - NT

(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Dream-Theater-Distance-Over-TimeDivine Ruin - Visions of Mortality


Os covilhanenses Divine Ruin assumem o ano com força ao lançar o seu EP de estreia Visions of Mortality. Apesar de ainda jovens no campo do estúdio, a banda não é nova à rotina dos concertos, e isso denota-se não só na composição, como na entrega das quatro músicas que apetrecham este EP. Solicita-se atenção e cautela perante o potencial do quarteto, pois sintomas de um futuro brilhante estão à vista de todos. - BP



 

 

Fange-PunirIsles of Mars – Isles of Mars


Isles of Mars vem nutrido, acolchoado e robustecido por um musculado, poderoso, grandioso e oleado heavy rock de estirpe setentista que tanto se aventura pelos poeirentos domínios de um eletrizante, charmoso, presunçoso e provocante heavy blues, como se bronzeia e esperneia nas ensolaradas praias de um delirante, perfumado, tranquilizante e arrebatado psychedelic rock. Fundamentada numa diamantina luminância revivalista – de onde facilmente se reconhece e saboreia uma adorável fusão entre Kadavar, Blues Pills e Graveyard – a edénica, pitoresca e feérica sonoridade de Isles of Mars passeia-se, agiganta-se e incendeia-se graciosamente do primeiro ao derradeiro tema. Embarquem nesta messiânica e ataráxica odisseia pelos extensos desertos espirituais – superiormente liderada por Isles of Mars – e desaguem num verdadeiro oásis onde todos os nossos membros e sentidos se banham e deleitam. - NT

(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Fange-PunirJordablood – The Cabinet of Numinous Song (Iron Bonehead)


Com pouco mais de quatro anos de existência, Jordablod parece já estar a entregar os melhores argumentos para conquistar o underground do black metal. Apesar de se emoldurar como um one-man project, as composições surgem de forma multifacetada e multidimensional, e não bastando, apesar da produção fortemente incisiva no lo-fi, no D.I.Y. e na estética cavernosa da penumbra, The Cabinet of Numinous Song carrega uma emoção fortíssima nas suas melodias e no seu resultado final. Não é só catchy. Tem muita alma! - JMA



 

 

Ithaca-The-Language-Of-InjuryKrypto – Eye18 (Lovers & Lollypops)


Os Krypto acabam de lançar o seu primeiro álbum, Eye18, no que parece ser o ponto de rebuçado entre o punk lo-fi dos anos 90, o rock’n’roll caótico de sonoridades de culto como Fugazi e os primeiros trabalhos de Black Flag. É cru, é violento, é rápido, mas nem por isso desleixado. Mas acima de tudo, em Eye18 ouve-se distintamente o dedo de cada um dos três que compõem a banda, que já são nomes de trazer por casa na cena rock portuense: Gon, Martelo e Chaka. Se há power trio no Porto, são os Krypto. Se não acreditam, arrisquem-se a um gig. - ZM



 

 

Kaleikr-Heart-Of-LeadLeeched – To Dull the Blades of Your Abuse (Prosthetic)


To Dull the Blades of Your Abuse conta como o terceiro disco dos britânicos Leeched, e até aos dias de hoje, a monstruosa dimensão sonora do trio sempre se presenciou com muito peso mas pouca substância. Quer seja uma questão de experiência ou afinidade com a forma natural de compor as coisas, este novo disco parece ter exprimido as melhores ideias que a banda já teve até hoje. Não soando puramente pesado só porque sim, coexistem momentos de puro génio entre transições avassaladoras, secções de hardcore e uma escrita que pede para repetir só mais uma vez, e outra, e outra. - JMA



 

 

Panda-Bear-BuoysMarcus King - El Dorado (Fantasy)


Logo num primeiro momento, com The Marcus King Band, King nos apresenta pela primeira vez a limpeza rouca da sua voz, a narrativa pela estética e o seu percurso da composição musical bem definidos. King tem uma alma velha e enferrujada, e este álbum está atulhado dela. Para aqueles que ainda não tinham tropeçado neste nome, é provável que Dan Auerbach tenha funcionado enquanto alerta de fogo. Agora a solo, El Dorado é um álbum diversificado que enverga pela exploração do heavy blues, com uma pitada daquele country-soul honesto, do gospel transcendente e do calor do R&B. É uma reserva natural de conversas ricas e proporcionais entre instrumentos. Apoiado por um esforço de produção que é íntimo e inteligentemente texturado, o filho bastardo da linhagem do rock clássico que é El Dorado sai favorecido. - BF



 

 

Primitive-Man-x-Hell-splitMidnight - Rebirth by Blasphemy (Metal Blade)


O projeto data de 2003 e os lançamentos já nem se contam pelos dedos, mas o hype é relativamente recente. Facilmente se assume Midnight como porta-estandartes desta onda revivalista de speed e heavy metal. Motörhead, Venom e Darkthrone são os nomes que surgem de imediato e neste sucessor de Sweet Death and Ecstasy, Athenar volta a surpreender com uma particularmente bem esgalhada mistura de rock, punk, black e thrash. A atitude irreverente e uma pitada de mau feitio são fundamentais para esta descarga de riffs orelhudos, tão bem acompanhada pelo registo vocal old school e percussão digna de qualquer bom moshpit. Despretensioso, mas certeiro. - AT



 

 

Soen-LotusNektar - The Other Side (Esoteric Antenna)


Com a reunião de Mo Moore, Mick Brockett e Ron Howden após a morte de Albrighton em 2016, The Other Side chega em 2020 como que um achado preservado em âmbar. Além de ser uma viagem soberana ao passado, enriquece com a engenharia das técnicas de produção moderna, com a colocação interativa dos instrumentos a fluir naquilo que é uma espiral de psicadelismo e progressão. Numa total orquestra de arranjos, com um groove vigoroso e irresistível que é o centro de massa do álbum, notam-se alguns toques de blues, um beijinho dos anos 80 de vez em quando, violinos, guitarras acústicas em momentos de fusão, solos maiores que a vida em delírio total composto numa constante de elevação. Nektar mantém os 60’s e os 70’s vivos e de boa saúde, não como incentivo, e servido a granel com um charme intemporal. - BF



 

 

Young-Gods-Data-Mirage-TangramNero di Marte - Immoto (Season of Mist)


Experimentalmente bruto. Psicadelicamente delicado. Os italianos Nero di Marte retornam à ribalta com Immoto. Progressões lentas servidas com uma voz que aparentemente é capaz de transmitir todas as emoções: assusta, embala, galvaniza, embarga. Talvez seja sarcasmo, ou tenha algum significado profundamente enterrado, mas de imóvel, Immoto tem muito pouco. O disco não pára, o fluxo não cessa, qual paisagem sonora em perpétua mutação. - PS



 

 

Vanum-Ageless-FireRyte - Ryte (Heavy Psych)


Ryte vem governado e inflamado por um eletrizante, psicotrópico, misantrópico e alucinante heavy psych, um serpenteante, melódico, exótico e hipnotizante heavy prog e ainda um tirânico, tenebroso, vigoroso e messiânico proto-metal de ressonância Black Sabbathica. A sua sonoridade tremendamente galvanizadora e impactante – destilada de um épico confronto entre os consagrados californianos Earthless, Mammatus e Ancestors – ostenta elaboradas, ostentosas e inspiradas composições onde envolventes e evolutivos bailados instrumentais se agigantam e desaguam em crescendos estonteantes, sónicos e triunfantes que culminam numa explosiva e catártica euforia capaz de nos fazer rasgar as vestes da lucidez. Deixem-se agredir e engolir por toda esta titânica, raivosa e monolítica avalanche repleta de endorfinas e sintam-se entrar numa vibrante erupção que vos arremessará na vertiginosa direção do infindável Cosmos. - NT

(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Xiu-Xiu-Girl-With-The-Basket-Of-FruitScúru Fitchádu - Un Kuza Runhu


Janeiro foi prolífico no que ao punk diz respeito. E não necessariamente do punk rock de crista e biqueira de aço. Scúru Fitchádu lançou o seu segundo álbum, Un Kuza Runhu, e mantém-se orgulhosamente cabo-verdiano, ostensivamente provocador e brutalmente honesto. É noise, é funáná, é kuduro, é punk. Há sonoridades que se mantêm através das onze faixas que compõem Un Kuza Runhu, que asseguram a coesão do álbum e da estética de Marcus Veiga, e que se tornam verdadeiramente características dele. “Sarbaji? É mi”, assegura ele. Há de facto qualquer coisa de selvagem na música de Scúru Fitchádu, na medida em que agita o que de mais atávico há em quem o ouve, e não tem medo de transgredir fronteiras de género musical. Scúru Fitchádu é a redenção de todos os punks que um dia quiseram dançar mas nunca se permitiram, é o ponto em que as sonoridades de subculturas europeias finalmente colidem com as sonoridades africanas onde foram beber para se construírem. - ZM



 

 

Yeruselem-The-SublimeTombstone Eyes - Land in the Sky (Akashic)


Este empolgante disco do quarteto natural da cidade de Chicago, Illinois ostenta um intrigante, pomposo, imperioso e cativante heavy prog de ecos revivalistas em adorável parceria com um fumegante, vulcânico, dinâmico e provocante heavy psych de carregada e embrumada bafagem Doomesca. A sua dançante e lasciva sonoridade de vocação ocultista desprende e adensa toda uma envolvente, eloquente, enigmática e ritualista atmosfera que nos deixa boquiabertos, empalidece o semblante, dilata as pupilas e aguça os sentidos. Uma hipnotizante, bizarra e inebriante liturgia que prontamente nos faz cair na sua tentação. Entranhem-se na sua labiríntica estranheza e vivenciem de forma detida e fascinada toda esta ousada e inspirada estreia de Tombstone Eyes que muito dificilmente não estará perfilada e devidamente condecorada por entre os mais elogiados álbuns de um ano que ainda só agora alvoreceu. - NT

(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Xiu-Xiu-Girl-With-The-Basket-Of-FruitYuri Gagarin - The Outskirts of Reality (Kommun 2/Sound-Effect)


Sempre entre a adrenalina do êxtase e o caos da angústia, este álbum causa uma impressão perfurante de uma forma bizarramente expressiva e expansiva. A viver de hooks musculosos, este é fortalecido por sons temáticos já arquétipos da odisseia espacial que vêm sublinhar “space” em space rock. Sem recurso a letra, segue-se um enredo. A tempestade criada pelo fuzz a tremer o cérebro é ornamentada por solos de guitarra incansáveis de um psicadelismo lancinante, a base da vida desta narrativa épica. Num todo que é feito de golpes nervosos e consistentes, em The Outskirts of Reality souberam também onde parar para sentir os músculos a queimar em formigueiro, caso do início de “Laboratory 1” ou o fim de “QSO”, onde as sobrancelhas se juntam para ouvir uma guitarra veneravelmente linda. Termina quando está desenhado o sentimento desesperante de incapacidade, a perda de conexão com a Terra, o ponto sem retorno. - BF



 

Artigo escrito por: Andreia Teixeira (AT), Beatriz Fontes (BF), Bruno Pereira (BP), João "Mislow" Almeida (JMA), João Rocha (JR), Nuno Teixeira (NT), Pedro Sarmento (PS) e Zita Moura (ZM).
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