27
SEG
28
TER
29
QUA
30
QUI
31
SEX
1
SAB
2
DOM
3
SEG
4
TER
5
QUA
6
QUI
7
SEX
8
SAB
9
DOM
10
SEG
11
TER
12
QUA
13
QUI
14
SEX
15
SAB
16
DOM
17
SEG
18
TER
19
QUA
20
QUI
21
SEX
22
SAB
23
DOM
24
SEG
25
TER
26
QUA
27
QUI

Overall Setembro 2020

15 de Outubro, 2020 ListasWav

Sem qualquer ordem, a não ser alfabética, apresentamos os discos lançados em setembro de 2020 que mais marcaram a nossa redação.

Partilhar no Facebook Partilhar no Google+ Partilhar no Twitter Partilhar no Tumblr

Overall Outubro 2020

Overall Agosto 2020

astronoid-album-coverAnna von Hausswolff - All Thoughts Fly (Southern Lord)


A voz de Anna von Hausswolff remete instantaneamente para algo transversal e angelical. Porém, neste novo All Thoughts Fly ela fica-se por algo que não pode ser transformado em palavras. Este quarto disco, lançado a 25 de setembro, é instrumental na sua totalidade, ao contrário dos antigos trabalhos da compositora sueca. Apesar de sentirmos saudades da sua voz que preenche qualquer espaço e provoca os arrepios mais satisfatórios, a força deste álbum permite mesmo um sair do próprio corpo, em que somos bombardeados por uma maré avassaladora de emoções. Talvez este seja o impacto que Anna sentiu ao visitar Sacro Bosco, momento representado na capa do álbum. E se é o reflexo de uma experiência, então este disco enche as medidas e deixa-nos ser transportados assim que a primeira música começa. As composições em orgão de tubos (instrumento-chave da artista) são complementadas com uma eletrónica suave do coprodutor Filip Leyman. É nessa junção harmoniosa, que não esquece o doom e o lado mais sombrio, que confrontamos os nossos sentidos e ficamos submissos à nossa vulnerabilidade. All Thoughts Fly é uma experiência em que apenas seguimos viagem, sem controlarmos bem o destino. Apenas temos conhecimento que, ao fazê-lo, estamos à mercê de encontrar algum tipo de revelação. - CN



 

 

Beirut-GallipoliBathe - A Field Guide to Dead Birds


Descobertos nos confins do bandcamp, os americanos Bathe podem muito bem ser a banda mais pesada que vocês estão a perder! O primeiro passo é verificar o desconhecido. Bathe são um quarteto de Columbia, North Carolina. Convivendo com o quase anonimato do desconhecido underground americano, em setembro trazem consigo a real tempestade do ano: o seu quarto disco de originais, A Field Guide to Dead Birds. Cerca de oito faixas, 34 minutos e uma interminável fileira de pesadelos, assolam como um gémeo mutado do avant-garde nova iorquino de bandas como Pyrrhon e Imperial Triumphant, com o black/sludge oblíquo da Escandinávia, Hexis, This Gift is a Curse, Walk Through Fire e muito mais. Estas são só algumas pequenas referências que ajudam a ilustrar o pântano existencial que é o sonoro destes Bathe. Completamente devastador. - JMA



 

 

Boy-Harsher-CarefulDeftones - Ohms (Reprise)


Ohms marca o regresso dos Deftones não só às lides discográficas, como às produções assinadas pelo conceituado Terry Date, com quem o grupo californiano trabalhou nos primeiros quatro álbuns, incluindo os míticos Around the Fur e White Pony. O resultado é um disco que tanto pisca o olho ao passado, sobretudo no modo como reúne muito do peso e groove desses tempos, como ao mesmo tempo se recusa a viver nele e escolhe o futuro, a contínua evolução, como o caminho a seguir. Há aqui momentos com um toque ligeiramente revivalista – “This Link Is Dead”, por exemplo, recorda um tema como “When Girls Telephone Boys”, retirado do álbum homónimo lançado em 2003, mas nunca se sente, efetivamente, que estamos a ouvir um produto de uma banda sem ideias a refugiar-se na segurança do seu legado. Não é, apesar de tudo, o melhor disco dos Deftones (mais por culpa dos níveis de qualidade ao qual nos habituaram, com obras soberbas e até relativamente recentes como Diamond Eyes ou Koi No Yokan), mas é um álbum francamente bom, um disco de “malhas”, onde a força das guitarras de Stephen Carpenter e as tendências mais melódicas e  dreamy de Chino Moreno coexistem em perfeita harmonia, e ainda um disco que parece crescer no ouvinte com cada nova escuta. - JA



 

 

Candlemass-The-Door-To-DoomEYES - Underperformer (Indisciplinarian)


Depois de uma primeira reação ao bruto videoclipe do single “Underperformer”, não há como resistir a um dos discos de hardcore punk do ano. Mais inclinado ao assalto mental de uns Every Time I Die, Botch ou até mesmo Converge, os suecos EYES elevam uma densidade absurda de riffs orelhudos e estratagemas composicionais que podem muito facilmente agradar aos mais afáveis adeptos do hardcore geométrico. No entanto, Underperformer ganha vida real em admitir exatamente aquilo que é. Um sujeito acomodado ao underachievement da ambição secundária. As letras, sempre incisivas nessa mesma perspetiva (que tão ironicamente descrevem este ano de 2020), não poupam um pingo de honestidade e ganham com isso mesmo. Não bastando, é com essas mesmas armas que a banda consegue algo tão sincero e substancial com tão pouco e de forma tão pouco elaborada. - JMA



 

 

Dream-Theater-Distance-Over-TimeFooks Nihil - Fooks Nihil (Unique)


Este seu fabuloso álbum de estreia vem ensolarado, afagado e apaladado por um deslumbrante, luminoso, cheiroso e apaziguante psychedelic rock de roupagem sessentista e clima West Coast, um reconfortante, bucólico, caleidoscópico e extasiante indie rock tingido a dourado revivalismo californiano, e ainda um ritmado, pastoril, bem-disposto e troteado country rock de doce fragância primaveril. Resultante de uma bem-sucedida intersecção que combina carismáticas influências germinadas na segunda metade dos irreverentes 60’s tais como The Byrds, Crosby, Stills & Nash e Neil Young, a purificante, singela e apaixonante sonoridade de Fooks Nihil prende uma nostálgica ambiência sublimemente musicada que me remete para as aventurosas e inimitáveis explanações líricas de Jack Kerouac (um dos mais influentes líderes do revolucionário movimento literário comummente apelidado de Geração Beat, e o meu escritor de eleição). De olhar levemente embriagado, pálpebras semicerradas, sorriso destapado por entre bochechas rosadas, e cabeça detidamente entregue a um pausado movimento pendular que a ricocheteia de ombro a ombro, somos sedados, maravilhados e levados pelas sinuosas estradas, bronzeadas pelo chamejante Sol poente e temperadas pela fresca brisa salgada suspirada pelo Oceano Pacífico, que percorrem toda a costa californiana. - NT
(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Fange-PunirKairon; IRSE! - Polysomn (Svart)


A primeira ideia que trespassa o ouvido é: Boogarins nórdicos vistos através de lentes progressivas. “Mas isso não se diz!”, “Não se rotula assim!”, “Há que abolir as caixinhas!”. Salamaleques ou não, comparações mais ou menos acertadas (que são), Kairon; IRSE tem uma sonoridade muito especial, e o novo disco Polysomn é uma continuação do seu prog-freejazz-shoegaze-trippy (a rotulagem outra vez). O quarteto finlandês lança nove faixas que mostram uma continuação de excelente trabalho e asseguram mais uma vez o prémio de banda com nome mais fora (provém de uma linguagem inventada pelos elementos do grupo enquanto estudantes). Para ser rodado com calma, de preferência ao final da tarde, com o sol nas costas. - PS



 

 

Fange-PunirKind - Mental Nudge (Ripple)


Esta super banda com uma fixação palpável no old school deixou-nos anteriormente com o heavy psych cheio de groove de Rocket Science, de 2015, e voltam agora com arestas limadas: uma voz mais próxima e com melhoramentos na sua colocação, assim como uma distorção mais crua e riffs mais cerrados e prepotentes com um interesse crescente pelas sonoridades do sludge e do doom. O psicadélico para derreter cérebros permanece extenso e flutuante, especialmente em faixas como “Helms” ou “It's Your Head”, bem como em parte de “Bad Friend”, onde se cospe um psych surreal deixado à deriva na própria energia cinética. “Trigger Happy” é o clímax destas características – faixa cuja presença no final do álbum parece detonar a destruição de tudo o que as anteriores construíram, e é também nesta faixa que a voz arrastada faz vir à cabeça o murmúrio do nome Layne Staley. Apesar disto, Mental Nudge é um disco que não se permite ser demasiado sombrio ou corrosivo, sendo que os esforços nesse sentido acabam por empurrar o cool factor dos 90s ainda mais para a linha da frente. - BF



 

 

Fange-PunirLa Maschera di Cera - S.E.I. (AMS)  


Descendentes de um carismático legado principiado e perpetuado por nobres referências locais como Premiata Forneria Marconi, Il Balletto di Bronzo, Nuova Idea e Museo Rosenbach, esta maturada e fascinante formação itálica faz de um extravagante, burlesco, principesco e apaixonante progressive rock de semente setentista a sua estrela orientadora. Arejada ainda por uma requintada fragância jazzística de sotaque Canterbury-eano e ensolarada por um contemplativo folk de estética pastoril e clima primaveril, a magistral, sonhadora, inspiradora e cerebral sonoridade de S.E.I. passeia-se simbiótica e luxuriosamente por aventurosas, complexas, enfeitiçantes e ambiciosas composições envernizadas a uma beleza fabular e desdobradas com base numa versatilidade lapidar. São 45 minutos atestados de uma instigante, enigmática, dramática e triunfante epopeia – segmentada por três espaçosas e formosas melodias de adornos e contornos seráficos – que me intrigara, comovera e cegara com a sua lustrosa opulência. - NT
(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

astronoid-album-coverNight - High Tides – Distant Skies (the Sign)


Regido por um cheiroso, oleado, condimentado e charmoso classic rock de evocação setentista aliado a um imperioso, melódico, dinâmico e majestoso New Wave of British Heavy Metal, e a um prepotente, musculado, sombreado e imponente proto-metal, este fresco álbum de Night prende uma enfeitiçante aura que me oxigenara e deslumbrara do primeiro ao derradeiro tema. A sua intrigante, refinada, bem-vestida e contagiante sonoridade – conjugada no pretérito e locomovida a carismática nostalgia – é desdobrada e sintonizada nas mesmas frequências estilísticas de vultosas bandas tais como Scorpions, Boston, Blue Öyster Cult, Judas Priest, Thin Lizzy e até Dire Straits. Tendo a segunda metade da década de 1970 e a primeira metade da década de 1980 como suas estrelas orientadoras, esta formação que faz do passado o seu presente e futuro prima pelas melodiosas, triunfantes e luxuriosas composições – tecidas e forradas a uma exuberante atmosfera de estirpe vintage – que prontamente deslocam o ouvinte para um imperturbável saudosismo que o prenderá e nebulizará ao longo dos seus 36 minutos de duração. - NT
(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Beirut-GallipoliOsees - Protean Threat  (Castle Face)


Mais um álbum e mais uma mudança de nome. E, tal como essa alteração sem aviso, chega a primeira música de Protean Threat. Já são 23 álbuns, mas não são os números que deixam o percurso dos Osees com menos qualidade. Apesar de se sentir muito semelhante ao seu antecessor Face Stabber, este Protean Threat mantém o garage punk, o krautrock e até uma certa psicadelica na dose certa, mas acrescenta algo mais digerível. Existe aqui uma maior consistência em termos de melodias, chegando a explorar alguns beats em midtempo que desaceleram o passo, continuando a presença da insaciável insanidade de Jack Dwyer. Chega a ser estranhamente agradável ouvi-los tão “lentos” já que eles implementam sempre tons sinistros e sombrios, mas que resultam tão bem. Ainda assim, este é um disco que, mesmo com alguns momentos inquietantes, também sabe mudar o chip e dar-nos trabalhos experimentais. Quase como um recarregar de baterias antes de voltar a desbravar. E não é fácil dar algo menos Osees e, mesmo assim, conseguir resultar num trabalho tão sólido. Mas a banda de Los Angeles prova que tudo é possível, mesmo que as suas baterias não estejam sempre em máxima velocidade. - CN



 

 

Boy-Harsher-CarefulRealize - Machine Violence (Relapse)


Setembro foi inquestionavelmente um mês industrial. Entre lançamentos de Black Magnet, Deaf Kids & Petbrick, Vatican Shadow e Fange, não há como ignorar a enorme tendência do sonoro hidráulico e mecânico até aqui destacado. Como se não bastasse, a estreia dos americanos Realize na Relapse veio para reforçar essa mesma moldura. Formado por membros de outros projetos de grind/powerviolence como Sex Prisoner e Languish, este trio chega com a primeira amostra de um mundo perdido na era digital. Machine Violence é, desde os primeiros segundos, imediatamente associável à velha guarda de uns Godflesh, Nailbomb ou Ministry. No entanto, tomando proveito de uma perspetiva bem mais jovem, estes emolduram um paredão de som simples mas esmagadoramente eficiente. Com drum machine a ressoar pela mistura do disco todo, é a combinação desta com os riffs de prensa e os ecoados berros de desespero que solidificam o álbum sem paralelos. Um futuro clássico no género. - JMA



 

 

Candlemass-The-Door-To-DoomRollin’ Dice - Reroll


Este majestoso registo conserva toda uma carismática aura vintage – fielmente resgatada ao território setentista – de onde facilmente se identifica e apalada um musculado, oleoso, fogoso e aprumado heavy rock em erótica harmonia com um dançante, entusiástico, afrodisíaco e contagiante blues rock. A sua musicalidade aromatizada e chamejada a inesgotáveis vistosidade, simetria e sensualidade é desdobrada e ostentada ao longo de 38 minutos que sacodem e revolvem o ouvinte numa eufórica comoção experienciada sem a mais pequena réstia de inibição. De olhar apaixonado e semicerrado, sorriso perpetuado no rosto, cabeça baloiçada de ombro a ombro, e espírito seduzido e intensamente arrebatado, somos perseguidos e facilmente capturados pela provocante e incessante sedução de Rollin’ Dice. Reroll é um álbum imensamente apaixonante que me fascinara e empolgara do primeiro ao derradeiro tema. Deixem-se enfeitiçar e derrotar pela sua distinta classe, e vivenciem com inteira submissão e intratável devoção uma das mais singulares surpresas sonoras do ano. - NT
(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Dream-Theater-Distance-Over-TimeSprain - As Lost Through Collision (The Flenser)


Oriundos de Los Angeles, os Sprain mostram com este álbum de estreia que são uma banda a ter em conta para os próximos tempos, merecedora de ser mantida debaixo de olho para que possamos acompanhar o seu crescimento. Representados pela conceituada The Flenser, reúnem aqui um conjunto de cinco temas que tanto caminham pela serena e arrastada melancolia do slowcore (já anteriormente explorada no EP de 2018), como se libertam em emotivas explosões de noise e post-hardcore. Com referências que vão dos Slint aos Unwound , passando por nomes mais recentes como METZ, estes cultivam um delicioso e viciante clima de decadência urbana, ideal para aqueles dias onde a tristeza, o pânico e a raiva tomam conta de nós até ser impossível aguentar mais. As Lost Through Collision torna-se, assim, o antídoto que tanto precisamos para curar o extremo desencanto. - JA



 

 

Fange-PunirSteinsopp - Luggeføre


Este novo álbum do ritualístico tridente escandinavo ostenta um pantanoso, alucinógeno e brumoso heavy psych de elevada toxicidade, dissolvido e obscurecido num arrastado, resinado e vigoroso psych doom de aroma fúngico. A sua sonoridade intensamente embriagada, morfínica, melancólica e sobrecarregada – tingida a esbatidas cores outonais e embaciada por uma enfeitiçante narcose – exorciza toda a lucidez dos ouvintes, amortalhando-os e embalando-os num febril estádio de temulento sonambulismo. Conseguem imaginar a combinação entre a imperiosa ressonância pesadamente bafejada pelos Sleep e a ociosa misantropia chorada pelos Dead Meadow? Se sim, alcançaram as turvas e lodacentas águas de Steinsopp. Luggeføre é um registo tiquetaqueado em modo slow motion que nos entorpece, ofusca e enternece o espírito do primeiro ao derradeiro tema. São 38 minutos governados por uma violenta e poeirenta náusea que nos distorce a consciência. Deixem-se inundar nos funestos pântanos de Steinsopp e paralisar numa condição de doce prostração. Não vai ser nada fácil emergir e despertar desta intensa sonolência que nos petrificara todos os membros e sentidos. - NT
(Lê a review completa a este disco no blog El Coyote)



 

 

Fange-PunirSumac - May You Be Held  (Thrill Jockey)


Quem tem vindo a acompanhar o percurso musical de Sumac – supergrupo formado por Aaron Turner (ex-ISIS, Old Man Gloom), Brian Cook (Russian Circles, ex-Botch, ex-These Arms Snakes) e Nick Yacyshyn (Baptists, Genghis Tron) – sabe que a inevitável tendência para o abstrato tem sido cada vez mais vivenciada e abraçada desde o seu disco de estreia The Deal. Quer seja com mais ou menos riffs montanhosos, grandes desenlaces de nós instrumentais a roçar o math rock, ou até mesmo as portentosas descargas de post-hardcore Unwoundescas, Sumac está – com o passar do tempo – cada vez mais experimental e abstrato. O que para alguns poderá resultar num esforço mais “perdido” ou inacessível, enquanto para outros até poderá ser uma mais-valia, até porque os breves mas estrondosos episódios de improv da banda sempre foram memoráveis. May You Be Held encaixa perfeitamente nessa descrição. Menos riffs, mais drone. Menos elaboração, mais pronúncia. Menos constância, mais contraste. Não é preciso ser-se sábio para ver que este disco dificilmente agradará a todos mas, como tal, também se sabe que Sumac sempre se recusou a estagnar. E este é o próximo passo lógico no percurso da banda. - JMA



 

 

Candlemass-The-Door-To-DoomTricky - Fall to Pieces (False Idols)


O que sabemos é que Tricky só consegue ser ele mesmo. Neste disco, opta pelo simples, pelo minimalista e pela hipersensibilidade; prefere o compassado e reações de força em outbursts curtos. São músicas mais leves de material áspero, de atenção virada para as texturas e para a progressão com uma variedade enorme de beats, e uma amplitude engenhosa a manipular som. Recortar e colar subtilezas, aprofundar e criar pequenos detalhes que geram impacto em torno de si mesmos. Usa o calor da própria voz como textura, um oposto grave às vozes polidas e cristalizadas de Marta Złakowska e Oh Land. Colocado mais atrás do que o habitual, o instrumental faz de pano de fundo para que as vozes ganhem uma nitidez extremamente humana: a melodia torna-se a máxima. O que sabemos é que Tricky nunca foi uma personagem unilateral. - BF



 

 

Dream-Theater-Distance-Over-TimeVatican Shadow - Persian Pillars of the Gasoline Era (20 Buck Spin)


Já há muito tempo que Dominick Fernow tem sido sinónimo de abundância. Para além de criar, produzir e lançar música através de Prurient, Christian Cosmos ou até mesmo Rainforest Spiritual Enslavement, Fernow ainda arranja tempo para gerir a muito aclamada Hospital Productions com a sua parceira Becka Diamond. Vatican Shadow – um dos muitos projetos do compositor americano – marca o seu retorno com um novo disco: Persian Pillars of the Gasoline Era. No entanto, o que é que há de tão diferente no nono projeto de Vatican Shadow em relação aos seus anteriores? Para além de ser a estreia na exímia 20 Buck Spin, este conta também com a masterização do senhor Justin K. Broadrick (Godflesh, Jesu). O resultado é o disco mais bem conseguido de Dominick nestes últimos três anos. - JMA



 

 

Fange-PunirYelle - L’Ère du Verseau (Recreation Center)


Longe já vão os anos do myspace e do borbulhar constante de novos artistas que saltavam da internet para as gravadoras. É o caso de Yelle, que ao quarto álbum cimenta o seu nome na história da eletrónica dançável. Aliás, já o havia feito com o seu primeiro álbum em 2007 quando “À cause des garçons” explodiu nas pistas de danças, mas em L’Ère du Verseau afastam-se das batidas orelhudas e fáceis e criam uma sonoridade bem mais ousada e conceptual. A transbordar de maturidade sexual, este novo trabalho troca-nos as voltas com o trajeto rítmico que cada faixa percorre. A agradável esquizofrenia gerada tanto nos sufoca com a sua densidade, como logo de seguida nos faz respiração boca-a-boca para que nunca paremos de dançar. L’Ére du Verseau é a primeira (e bem conseguida) escapadela a uma fórmula já amplamente repetida, piscando o olho aqui e ali aos sons do antigamente para fazer pular de nostalgia. - JR



Artigo escrito por: Beatriz Fontes (BF), Catarina Nascimento (CN), João "Mislow" Almeida (JMA), João Rocha (JR), Jorge Alves (JA), Nuno Teixeira (NT) e Pedro Sarmento (PS).
por
em Listas
Bandas Anna Von Hausswolff , Bathe , Deftones , EYES , Fooks Nihil , Kairon; IRSE! , KIND , La Maschera Di Cera , NIGHT , Osees , Realize , Rollin' Dice , Sprain , Steinsopp , Sumac , Tricky , Vatican Shadow , Yelle

Overall Setembro 2020
Queres receber novidades?
Comentários
Contactos
WAV | 2023
Facebook WAV Twitter WAV Youtube WAV Flickr WAV RSS WAV
SSL
Wildcard SSL Certificates
Queres receber novidades?