
No passado Domingo, dia 5 de Outubro, feriado para uns e dia de trabalho para outros, aconteceu uma noite transcontinental no Sabotage Club em Lisboa, organizada pela nova promotora nacional Killer Mathilda. A noite era dos Elephant Stone mas a glória inicial coube aos The Blue Drones.
Os Blue Drones são um coletivo de Garage Rock com fortes influências psicadélicas e com laivos de Surf Rock dos anos 60, vindo diretamente da Linha de Sintra, mais propriamente do Cacém. Estes rapazes tomaram de assalto as mentes e os ouvidos do público presente, e deram um concerto de que ninguém estava à espera. Liderados por Francisco Barata Pacheco, estes drones azuis, entreteram-nos ao longo dos cerca de 40 minutos que tocaram, sendo a primeira metade do concerto a mais psicadélica e a outra a mais garage. Um concerto em crescendo em termos de rapidez e fúria, tendo culminado tudo no mini-encore em “Goldfish”. Pelo que vimos, esta será uma banda a ter em conta futuramente no panorama musical Português. O rock está bem entregue. Uma prestação inclusive felicitada pelos próprios Elephant Stone.
Apesar do muito bom concerto fornecido pelos Blue Drones num cruzamento entre uns Storm Troopers e o Luke Skywalker, o prato principal do dia seriam os Elephant Stone. Vindos das mesmas terras onde nasceram os Arcade Fire ou a Celine Dion (!!!), estes elefantes começaram a deixar o publico em sobressalto logo ao intervalo quando uma cítara foi pousada em cima do tapete.
Perto da 00h30, e já com a sala ''aquecida'', entram em cena os artistas principais da noite, os Elephant Stone vieram a solo luso apresentar o seu mais recente álbum The Three Poisons, porém o alinhamento não se ficou por aí pois tocaram também as excelentes malhas do álbum homónimo que os apresentou ao mundo. Um concerto bastante interessante cujas músicas que despertaram mais interesse no público presente, que era em grande número para um Domingo chuvoso, foram aquelas em que reinava a cítara, exemplos disso foram “Motherless Child” e “Sally Go Round The Sun”. As influências de Beatles eram notórias e, neste caso, resultaram bastante bem.
Os Franco-Canadianos mostraram como se faz bom psicadelismo em 2014, sem cair no genérico e mostrando que se podem articular grandes influências dos 60's com sonoridades atuais. Um concerto bastante bom e exótico que deixou o público satisfeito na viagem de volta aos seus lares.