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Lamb - Coliseu dos Recreios, Lisboa [14Nov2017] Texto + Fotos

19 de Novembro, 2017 ReportagensDiogo Alexandre

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Coliseu Dos Recreios

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“Desculpa mas a única boys band de que gostei foram os Excesso, tá?”. Foi a frase proferida por uma rapariga na primeira fila da sala lisboeta pouco tempo antes de o duo britânico entrar em cena. Com quinze minutos de atraso Andy Barlow e Louise Rhodes, esta última trajada à diva do trip-hop (o que quer que isso possa significar nunca será empregue pejorativamente), sobem ao palco do Coliseu dos Recreios, acompanhados por Jon Thorne (o seu habitual contra-baixista) e restantes músicos de apoio (viola d’arco e bateria), para dar início à interpretação integral do seu disco homónimo, aquele que daria o mote para esta digressão denominada “Twenty-one”, digressão que festeja a maioridade (norte-americana) de dois punhados de temas fulcrais para se compreender as deambulações trip-hop com recurso a drum ‘n’ bass e a secções mais dub que tanto marcou a música eletrónica mais popular nos anos noventa.

Apesar de este ser um disco muito bem conseguido dentro dessas tais vertentes populares, raramente é mencionado como referência, não tendo sequer adquirido direito a um certo tipo de cult-status, contrariamente ao que sucede com os seus compatriotas Massive Attack ou Portishead. Os Lamb resistem ao tempo vivendo de glórias passadas, junto de uma fanbase com média de idades acima dos trinta e cinco anos: percebe-se agora a importante referência aos Excesso. Onde andam os Excesso? Desconfia-se que nem eles o sabem, sendo que a última vez que devem ter sido mencionados num artigo musical decorria o ano de 2000. Esta digressão serve como exemplo, mas desengane-se aquele que pense que isto foi jogada clara de exploração capital, como sucede na maior parte dos casos de revisitação de discos primordiais. Barlou e Rhodes, do alto dos seus cinquenta anos de idade (arredondamento por defeito), mostraram-se competentes, enérgicos e, acima de tudo, cientes da sua função/missão na passada terça-feira.

Um estreante num concerto do duo não poderia deixar passar a estupefação, quando Andy sai de junto dos seus sintetizadores e restante maquinaria para se converter num verdadeiro “hypeman”: grita com o público, desloca-se para a frente do palco gesticulando freneticamente, salta, desce para o fosso, enfim... aquilo que pareceu demasiado numa primeira perspetiva revelou-se aceitável e complementário. Os Lamb deslocam-se muito bem entre os nove temas do seu primeiro disco, dos quais se pode destacar “Lusty”, faixa de abertura; “Cotton Wool”, descompassadamente justa; “Zero”, tocada pela primeira vez ao vivo nesta digressão e que, ao que percebemos, retrata a perda do primeiro filho de Louise. E, como não poderia deixar de ser, “Górecki” (denominada deste modo em honra de Henryk Górecki - compositor polaco - e da sua terceira sinfonia, conhecida como sendo a “sinfonia das canções tristes”), o primeiro momento de comunhão geral da noite.

Terminado o repertório do seu primeiro disco com “Feela”, outra estreia ao vivo, elabora-se uma boa passagem para “Angelica”, único tema resgatado de Between Darkness and Wonder, que remistura “Clair de lune” de Debussy em modo trip-hop, colado com “What Sound”, mais festejada do que o esperado e adquirindo proporções bem mais violentas ao vivo. “Little Things” e “Ear Parcel” antecedem as quatro faixas mais recentes da banda, deixadas para encerrar a atuação. Louise informa a plateia de que os seus pais a vieram ver e que estes vivem em Portugal há uma década, atirando-se, a “Illumina”, última dessas quatro e ainda não editada.

“What could happen if we do not play this one?” disse Louie como que a instigar a plateia, antes de dedicar “Gabriel” a uma rapariga portuguesa a pedido de um fã. Momento bonito que antecedeu o maior sucesso comercial da carreira da banda, terminando de modo expectável um concerto de grande qualidade.

Um dia de reconciliação com o passado estando no presente. Recordar o tempo em que fôramos felizes sem saber, recordar artisticamente os anos noventa e a presença frequente destes Lamb nas rádios mais populares em Portugal. Recordar que “Gabriel” chegou mesmo a ser single #1 no top nacional: aquele tempo em que ainda se vendiam singles e o top musical de vendas era divulgado pela televisão pública. Deixemo-nos então de saudosismos e tratemos de não deixar cair este duo no esquecimento coletivo pois para além de se revisitar o passado há que se informar o presente.

Lamb
por
em Reportagens
fotografia Joana Jesus


Lamb - Coliseu dos Recreios, Lisboa [14Nov2017] Texto + Fotos
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