“Então o que querem ouvir? Esqueçam. Vamos tocar o que nos apetecer e vocês vão gostar”. Foi assim que Dave Windorf se dirigiu ao público que esgotava a sala Capitol em Santiago de Compostela e resumia bem o espírito do concerto. Se em palco estava um bom exemplo da máquina de Rock como só americanos sabem montar, do outro estava um público rendido desde o primeiro tema, submisso, que apenas queria malha após malha. E, no território de malhas, os Monster Magnet sabem do ofício.
A noite, bem quente dentro da sala, começou com Grima, um duo de baixo e bateria, algures entre stoner e psicadelismo, extremamente ritmado e bem agradável. O grupo de Pontevedra formou-se em 2016, contando com Laura, baixo e voz e Facundo, na bateria, e estava praticamente a jogar em casa.
Arrancando com «Atomic Clock», o quinteto não trazia surpresas, afinal nesta digressão o objectivo era executar temas de «Powertrip», álbum de 98 e um dos maiores do grupo. Pouco importa se da formação que gravou o disco, apenas resta Dave, mas ele sempre foi o centro do grupo. Ajudado nos vocais e guitarra pelo excelente Phil Caivano, o músico seguiu toda uma actuação ao nível do seu ego, com um rock pesado e incisivo, sem muitas gorduras, ao ponto dos catorze temas, quatro deles em encore, acabarem a soar a pouco. Se calhar, para lá do par tocado nesta noite, o público não se importaria de escutar um pouco mais de «Dopes To Infinity».
De qualquer forma, no balanço, uma excelente atuação, que levou mesmo a reconsiderar outras atuações de diversos grupos, elevando a fasquia da qualidade.