Entre empurrões e aplausos a esmagadora maioria do público do festival esperava ansiosamente pelo regresso dos
Foo Fighters, que prometiam recompensar a ausência de seis anos em território nacional com um concerto longo e especial. A expectativa era alta e qualquer fã da lendária banda norte-americana sabia que a chance de desilusão era practicamente nula, duvido no entanto que alguém estivesse minimamente preparado para as duas horas e meia que se seguiram. "Are you ready? It's been a long time, we are gonna do it tonight!" foram as primeiras palavras de Dave Grohl para o público português antes de arrancar com "All My Life" para o que seria um concerto fora do normal até para o standard dos Foos. Vinte temas, muitas piadas, uma interacção absolutamente inacreditável com o público e uma jam session colaborativa entre uma das maiores bandas de rock da actualidade e 50 mil vozes de apoio, da qual saíram hits como "E salva Dave e salta Dave olé olé", entre outros. Este concerto teve de tudo, desde músicas extraídas do álbum de estreia da banda aos hits do habitual, desde o single mais recente à apresentação de "La Dee Da", uma faixa inédita (com colaboração de Alison Mosshart dos The Kills). Com uma intensidade constante tivemos "The Pretender", "Learn to Fly" e " Congregation", não faltando momentos de pura beleza em faixas como "Wheels", "Best of You" e "Everlong" para uma experiência absolutamente indescritível.

© Hugo Macedo / Everything is New
8 de Julho, dia 3
O terceiro e último dia do festival ofereceu um decréscimo na temperatura e na exposição solar muito bem-vindo para pessoas que assam com facilidade. No entanto
Benjamin Booker foi capaz de aquecer o Palco Heineken com a sua fusão de blues, rock e soul que recebeu uma resposta bastante positiva de uma tenda a meia casa. O concerto incidiu no mais recente LP
Witness, que reside no ponto de equilíbrio entre um rock quase psicadélico e o gospel que expele quaisquer demónios interiores. Sem apertos e incómodos foi possível apreciar uma visão de puro talento, num palco e hora perfeitos para a exibição intimista mas arrasadora de Booker.
Após um pequeno passeio pelas zonas mais periféricas do recinto chegámos ao Palco Coreto (no qual ainda não tínhamos estado, shame on me) para fechar um pouco os olhos e flutuar ao som de
Filho da Mãe. Foi um momento de uma beleza quase celestial no qual assistimos ao típico sapateado sobre a parafernália de pedais de efeitos que elevam a guitarra de Rui Carvalho a algo fora deste mundo. Infelizmente o vôo foi curto pois o concerto só durou quinze minutos, devido às restrições temporais características do próprio palco e da sua próxima localização face ao Heineken, mas foi o suficiente para descansar e limpar o palato.
Os
Imagine Dragons subiram ao Palco NOS para ocuparem aquela janela de tempo gloriosa em que o concerto começam de tarde e acaba durante a noite. A exibição foi (à semelhança da discografia da banda) bastante esquecível. Com "Demons", "Believer" e "Radioactive" como pontos altos, aquela música da Vodafone (cuja existência me deixa perplexo como ponto baixo), solos de guitarra e bateria bastante decentes e um resto de concerto bastante "meh".