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Pile - Maus Hábitos, Porto [15Mar2023] Texto + Fotos

30 de Março, 2023 ReportagensCatarina Nascimento

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Nick Oliveri - Hard Rock Café, Porto [13Abr2023] Foto-reportagem

Black Flag - Hard Club, Porto [05Fev2023] Foto-reportagem
No passado dia 15 de março, a sala do Maus Hábitos recebeu a banda norte-americana Pile para um concerto que visou à apresentação do mais recente álbum de estúdio All Fiction. Este novo trabalho foi lançado a 17 de fevereiro deste ano, sendo o oitavo LP e um ponto de viragem para o trio. Ouvi-lo é perceber que há uma certa maturidade acrescida neste disco, moldando a estrutura das suas músicas para ambientes mais sinistros e cinematográficos em que um narrador lida com a sua sanidade numa altura em que a realidade toma definições tão diferentes para cada um.

Depois de terem dado o seu primeiro concerto em Portugal na edição do ano passado do Primavera Sound, o trio voltou com a promessa concretizada de uma apresentação mais completa e que percorresse o tão vasto repertório já alcançado desde que a banda foi formada em 2007. Atualmente composta por Rick Maguire (voz, guitarra e synth), Alex Molini (baixo, guitarra e teclado) e Kris Kuss (bateria), os Pile são uma força em palco, fazendo sentir que se está precisamente no meio das suas criações experimentais em tempo real, vendo um crescendo de intensidade, paixão e complexidade enquanto alguns membros da banda vão mudando os seus papéis entre diferentes instrumentos, acrescentando camadas aos seu som.

A banda de post-hardcore de Boston, Massachusetts, é principalmente conhecida pelo seu som abrasivo e letras poéticas completamente carregadas de um tom emocional. São letras que falam de isolamento, desilusão e a dificuldade de encontrar sentido na vida. Portanto, não foi de surpreender que o público agarrasse fortemente esta oportunidade de se deixar levar pela maneira tão DIY, inovadora e crua sentimentalmente que a banda tão bem tem no seu ADN. 

O alinhamento foi composto na sua maioria por faixas desde novo All Fiction, sendo tido este tocado na íntegra. É ao vivo que se percebe melhor o quão diferente é o som nesta nova etapa discográfica de Pile, deixando o thrashing total da guitarra pelos synths atmosféricos à la John Carpenter. Por isso mesmo é que as suas letras cheias de ambiguidade e características visuais, junto da rispidez catártica da sua voz, que Rick Maguire nos leva a caminhar junto dele no seu mundo vincado pela luta contra as forças antagónicas da vida, sem saber se elas sequer existem. 

Um dos pontos fortes nesta apresentação é sem dúvida a percussão de Kris Krauss, que tão eficazmente prende a atenção. Em faixas como “Gardening Hours" e "Nude with a Suitcase”, o baterista adapta-se ferozmente aos novos moldes sonoros da banda, oferecendo fills ricos e padrões não tão usuais mas cativantes. A sua força percussiva é notória em uma das suas baqueta que se agarra com unhas e dentes para se manter uma só e não duas partes separadas. 

Foi mais de hora e meia de concerto que contou com músicas de A Hairshirt of Purpose, Magic Isn’t Real, Odds and Ends, Jerk Routine e uma das mais conhecidas "I Don’t Want To Do This”, de Songs From Together, Alone.  Ficaram a faltar faixas de Green and Gray, lançado em 2019 e com um forte equilíbrio entre agressividade e vulnerabilidade que tornam esse disco uma arma tão poderosa em profundidade atmosférica com riffs poderosos. 

Não é à toa que Pile continuam a ser descritos com a frase “a banda favorita da tua banda favorita”, devido ao seu status de banda de culto que ainda não atingiu um patamar mainstream. Talvez essa ideia não lhes passe pela cabeça, já que toda a aura experimental e audaciosa de Pile não se desgruda da banda, por mais mudanças de som que existam ou restruturações dos seus membros. Ao estar perante o grupo, a essência de que estamos a ver talento desenrolar numa sala de ensaio, com várias camadas de melodias a serem criadas, trocas de instrumentos, a sensação de jam session e a claustrofobia causada por tempos tensos mantém-se viva. 

Pile
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