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Royal Blood - Campo Pequeno, Lisboa [28Out2017]

30 de Outubro, 2017 ReportagensBruno Pereira

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Campo Pequeno

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Faz uns meses que os Royal Blood passaram pelo NOS Alive, com uma entrega tal que fez transbordar por completo as águas do palco Heineken, como que a suplicar estarem já a nadar na piscina dos mais crescidos. Regressavam agora a Lisboa no arranque da digressão em nome próprio, com a oportunidade de darem umas braçadas numa das maiores salas do país.

Enquanto noutro canto da cidade se perspetivavam momentos mais maduros, dignos de serem desfrutados de copo de vinho na mão, com os The National a atuarem no Coliseu ao mesmo tempo, no Campo Pequeno teríamos desde cedo o cheirinho daquele espírito jovem tão celebrizado nos anos 90. Não é fácil tentar explicar o fenómeno de popularidade desta banda. Se por um lado desbravam linhas de baixo rasgadinhas e pesadonas, catalisadas por uma bateria animalesca - a fazer lembrar uns Queens of The Stone Age de outros tempos - por outro, liricamente são de deixar Alex Turner bem invejoso. Qual destes atributos pesará mais não se sabe ao certo, provavelmente os dois de igual forma. Prova dessa transversalidade é que entre o público se conseguiram vislumbrar adereços tão díspares como pulseiras do Resurrection Fest ou t-shirts dos Imagine Dragons. Uma consensualidade um tanto ou quanto rara nos dias que correm, ainda para mais de uma banda que apareceu há cerca de quatro anos e tem editados apenas dois discos.

Com uma pontualidade britânica exímia, o duo natural de Brighton apareceu acompanhado com duas meninas de coro, que os ajudariam imediatamente nas back vocals de “How Did We Get So Dark?”, tema que dá nome ao novo disco e que abriu o concerto. Rápido se abriram os moshpits na frente, formando-se um furacão inicial que seguiu com mais temas novos como “Where Are You Now?” ou “Lights Out”, com o público nacional a demonstrar que já sabia todas estas letras de cor e salteado. As meninas voltariam pouco depois em “I Only Lie When I Love You” mas não havia volta a dar, a forma ensurdecedora com que o público cantava tornava-as totalmente irrelevantes, a não ser para marcarem o ritmo de dança com o abanar de anca sensual.

Tal como os trabalhos de estúdio denunciam, o baterista Ben Thatcher assume-se como a peça fundamental para a intensidade do som da banda. Aproveitava as pausas entre temas para se levantar e ficava a observar o público com aquela calma irritante de quem sabe que é o maior da sua aldeia e não tem problemas em demonstrá-lo. Seria depois apresentado como um homem misterioso e a melhor pessoa do mundo pelo seu colega Mike Kerr. O nível deste último não se mostrava nada abaixo do do companheiro. O baixista serpenteia riffs com uma liberdade notável, não permitindo qualquer instante morto durante os temas. O som, não estando excessivamente mau, não esteve à altura do que a situação pedia. Embora o baixo estivesse ligado exclusivamente a três amplificadores de guitarra (pelo menos à vista), a falta de agudos deixava a nu a saturação com que os low tunes chegavam à plateia, não permitindo, desta forma abafada, aquela jarda fisicamente castigadora que podia (e devia) ter havido.

Após uma sequência mais calma com temas mais baladeiros, foram hits do disco de estreia os escolhidos para devastação final. Primeiro, a áspera “Loose Change” e a mais conhecida “Figure It Out” fizeram com que poucos conseguissem manter os pés no chão, bancada incluída, deixando o estado de êxtase coletivo necessário para a saída da banda de palco. Depois, para o encore, a banda reapareceu “Out of the Black”, com Mike Kerr a subir ao pedestal da plataforma do coro e com Ben Thatcher a elevar-se em cima do público, qual Jesus sobre a água. Este voltaria para o palco levando consigo uma bandeira nacional com as silhuetas do duo lá estampadas. Agradeceu a oferta, voltou para o seu posto e ambos concluíram a música e o concerto com uma potência tal que, de repente, o público percebeu o que é um verdadeiro circle pit à moda do thrash metal.

Estes rapazes de sangue azul assumem-se cada vez mais como Infantes na família real do reino do Rock, no qual Dave Grohl é Rei e Josh Homme reaparece agora como uma espécie de Euron Greyjoy, o tio vilão. Príncipes herdeiros é que muito dificilmente o serão. Mesmo com Mike Kerr sozinho a fazer um trabalho de vários, um duo deste tipo facilmente se poderá deparar com uma saturação criativa - vejam-se casos como o de Japandroids ou Death From Above 1979. Ou isso ou optam por uma Black Keyização, desvirtuando a fórmula refrescante com que se apresentam agora. Mas não vale a pena sermos Ricardo Reis e fazermos dos Royal Blood a nossa Lídia, quando podemos aproveitar o presente e desfrutar deste que é um dos mais vibrantes projetos Rock da atualidade.

Everything is New / Alexandre Antunes
por
em Reportagens


Royal Blood - Campo Pequeno, Lisboa [28Out2017]
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