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Slowdive - Hard Club, Porto [9Mar2018] Texto + Fotos

16 de Março, 2018 ReportagensJorge Alves

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Hard Club

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Não deixa de ser curioso observar o percurso dos Slowdive: de génios (maioritariamente) incompreendidos nos anos 90 a lendas consagradas na sua segunda encarnação, são hoje tanto um símbolo de nostalgia como um dos mais relevantes nomes no panorama internacional da música alternativa. Assim se explica o Hard Club cheio, mesmo numa noite particularmente ventosa, e a própria audiência, constituída por fãs de longa data e seguidores mais jovens que se juntaram para celebrar o legado de um coletivo que escreveu alguns dos mais memoráveis e essenciais capítulos na história do shoegaze.

Com alguns minutos de atraso - mas nada que tivesse afetado o entusiasmo do público - o quinteto subiu ao palco ao som de “Slomo”, música retirada do mais recente álbum homónimo. O alinhamento fez-se, do início ao fim, de uma constante viagem entre um passado validado no presente e um presente que se assume como uma continuação lógica do passado. Existe nos Slowdive uma ideia de continuidade: mesmo tendo a banda interrompido o seu percurso durante quase duas décadas, os novos temas parecem pertencer à mesma época dos clássicos, como se as modas efémeras e a passagem do tempo não alterassem significativamente o ADN artístico do grupo. Há uma evolução, como é óbvio, mas sem nunca comprometer a identidade sonora. No caso dos Slowdive, isso traduz-se em melodias serenas envoltas em esporádicas mas intensas camadas de distorção, numa eterna batalha entre a delicadeza e a agressividade, entre uma beleza quase poética e a descarga catártica de ruído.

Em palco mantêm uma postura simples e até banal, mas não precisam de fazer muito pois as músicas instalam rapidamente uma atmosfera envolvente. O charme das suas atuações reside precisamente nesse registo calmo e inocente que nos obriga a atingir um estado de espírito específico para apreciarmos devidamente cada nota tocada e cada palavra proferida. Tudo aqui soa meigo, e mesmo os momentos mais violentos revestem-se de uma certa ternura. Temas como “When the Sun Hits” (cuja interpretação originou uma das reacções mais efusivas da noite – até gritos se ouviram) ou “Alison” cativam pela sua doçura ligeiramente melancólica, transportando o ouvinte para um mundo encantador onde cada momento se assemelha a um sonho do qual não queremos acordar.

Ainda assim, são as músicas mais antigas que continuam a provocar o maior impacto emocional, ainda que as novidades façam jus ao passado do grupo. Não crescemos com elas, no entanto, e a relação é curta demais para conseguirmos oferecer-lhes o mesmo nível de carinho que damos a hinos incontornáveis como “Crazy for You”, “Souvlaki Space Station” ou a magnífica cover de “Golden Hair”, da autoria do lendário e enigmático Syd Barrett.

Foi precisamente com esta homenagem ao líder original dos Pink Floyd, tradicionalmente recheada de frenéticas explorações instrumentais, que a banda fundada por Neil Halstead e Rachel Goswell abandonou o palco antes de regressar para o encore. Aí, na derradeira despedida, fomos brindados com três temas: “Don't  Know Why”, do novo disco, e as velhinhas “Dagger” e “40 Days”, que colocaram um maravilhoso ponto final num bonito serão. Com esta passagem, os Slowdive provaram que mesmo após todos estes anos, a chama da sua criatividade permanece bem acesa.

Na primeira parte, os parisienses Dead Sea aqueceram o já muito público presente com a sua sonoridade assente numa electrónica (auto-denominada turbo chillwave) que tanto nos permite dar um pezinho de dança como perdermo-nos nesta colecção de sons sedutores que evocam a atmosfera de bandas como os Beach House ou os próprios Slowdive, aqui num formato mais ritmado mas igualmente contemplativo. Beneficiando de um inteligente jogo de luzes, proporcionaram uma actuação deveras competente e ideal para iniciar a noite antes da chegada dos cabeças de cartaz.

Slowdive


Dead Sea


por
em Reportagens
fotografia Inês Leal


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