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Super Bock Super Rock 2015 [16-18Jul2015] Texto + Fotos

23 de Julho, 2015 ReportagensDiogo Alexandre

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Depois de um Alive em full gas, chegámos ainda cansados a um Super Bock Super Rock renovado. O rock voltou à cidade, dizem. Chegámos ao parque das nações e reparamos logo nas intermináveis filas para a troca das pulseiras, despachamo-nos o mais rápido que conseguimos e corremos para apanharmos o concerto dos King Gizzard & The Lizard Wizard no Palco EDP, aquele que frequentaríamos durante mais tempo durante os próximos três dias de festival. Já o nosso fotógrafo ficou preso nas congestionadas filas, razão pela qual não temos fotos dos concertos de King Gizzard & The Lizard Wizard, Perfume Genius e PZ. A fila era a mesma dos convidados, sem que estes deixassem passar à frente as pessoas que tinham que trabalhar. Certamente que estavam cheios de pressa para os croquetes da zona VIP, pois para os concertos tinham uma frontline reservada para que pudessem a qualquer momento assistir a qualquer concerto à frente do "povo" que já lá estivesse.

Atuando de frente para o Rio Tejo e com um sol intenso na retaguarda, os australianos (de onde mais poderiam vir?) apresentam o seu garage psicadélico perante um público meio sentado, meio de pé, que lá ia prestando atenção ao que ali se ia passando. Muito do público ainda se encontrava nas filas para a troca de bilhete por pulseira e o facto do festival só ter uma entrada não ajudou o caso.

Não obstante, a música dos “marsupianos” até ser bastante aprazível para o género que praticam, não entendemos o porquê de serem sete a fazer o que três fariam perfeitamente. Eram necessários dois bateristas a fazerem exatamente o mesmo? Três guitarristas em que dois tocam os mesmos acordes ao longo das músicas? O som estava péssimo, cheio de eco e sem qualquer definição, a harmónica e o baixo eram impercetíveis na maior parte do tempo e mais atrás não se ouvia mais do que um ruído de instrumentos emaranhados pelos choques sonoros da pala do Siza Vieira. Um problema que foi comum a todos os concertos deste palco, mas mais notório aqui, quiçá por ser das primeiras bandas do festival ou pela falta de público. Fomos a um concerto dos King Gizzard que mais parecia um do Merzbow.

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Permanecemos no mesmo local para observarmos Perfume Genius, pela segunda vez presente no festival, desta feita com banda, a encantar o público, já mais numeroso, com a sua calma e pacífica música. Mike Hadreas revelou-se não tão profundo na interpretação das suas novas músicas do que o que ocorreu com as antigas, no verão de 2012, onde potenciou um dos sets mais intensos sentimentalmente de que temos memória.

Ainda ouvimos "All Waters", "Take Me Home", "Rusty Chains", "Hood" e "Floating Spit", tocadas de seguida e inteiramente a solo. No entanto, todo o espetáculo foi concebido para ser efectuado com banda e notámos alguns arranjos em canções mais antigas para que estas se enquadrassem melhor no seu novo formato. Preferíamos o modo de composição antigo, é certo, mas a música é assim mesmo, sempre em constante mutação. E Too Bright não é menos brilhante que os seus antecessores.

Juntamente com a sua banda, Mike consegue agarrar durante bastante tempo uma boa parcela do público presente no recinto àquelas horas. Apesar do bom número, o público revelou-se desinteressado, sendo frequente ouvirmos conversas e sussurros até mesmo nas filas da frente, interferindo com a música do norte-americano, e apenas se dissipando aquando do início do concerto dos britânicos The Vaccines.

Nunca é demais referir que apesar de mais dinâmica, a sua música exige o mesmo nível de atenção que se fosse tocada apenas ao teclado, coisa que, aparentemente, os festivaleiros não compreenderam. A paz foi estabelecida a partir do meio do concerto, quando somente os interessados permaneceram no recinto, cantando e interagindo com o artista. Sob um magnífico pôr-do-sol, "All Along" finalizou o concerto, deixando a sensação de paz aparente nas almas daqueles que por lá permaneceram. Valeu a pena.

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De plateia cheia e prontos para a cantoria, PZ subiu ao palco fazendo-se acompanhar por mais três músicos, todos de pijama, ou não seria mais um belíssimo concerto de Paulo Zé Pimenta, sempre com uma grande critica social ligada às letras mas cantada sempre com o mesmo ar jocoso. "Sabem" que o público pede sempre as mesmas duas músicas, não atendendo à tal critica social e apenas ao prazer de cantar uma letra meia parva. Assistir a um concerto deste moço de pijama é uma legenda às suas músicas. A ganância de "Croquetes" ou a beleza da "Cara De Chewbacca" fazem com que tudo o resto seja um "enche chouriços", uma molenguisse, um "canta lá mais essa e depois canta os croquetes". Apesar de isto ser uma realidade constante nas performances de PZ, temos de sublinhar os belíssimos arranjos que dão vida às letras, beats daqueles que nos fazem dançar e mexer. Sem conseguir tocar as "Bestas", passou pelo "Mundo", "Introdução Maligna", "Passeio"… mas sem nenhuma outra conseguir conquistar as dimensões dos seus dois hits.

Com um conjunto de semi-triângulos de luzes em palco e com o ecrã desligado, surgem os Little Dragon em palco. Também repetentes do festival, os suecos mostraram a versão mais eletrónica possível das suas músicas, metendo todos a dançar desenfreadamente.  O público mostrou-se conhecedor das letras e em Nightlight e Turn Left, tocadas sem pausas, houve  refrões cantados em uníssono relegando Yukimi Nagano para segundo plano.

Apesar do público conhecedor e conquistado, os suecos deram-se ao luxo de nem sequer tocarem alguns dos seus maiores êxitos como "Twice", "Feather" ou "Crystalfilm", substituindo-os por faixas novas como a não menos boa "Klapp Klapp" e "Only One", que encerrou o alinhamento numa total apoteose. A música que em estúdio se revela bastante calminha e silenciosa, ao vivo e em versão longa, torna-se num completo hit de house music fazendo saltar todos os presentes com as suas poderosas linhas de baixo. Sem dúvida, uma das surpresas do dia.



A tropicalidade também chegou à cidade. Apesar de ter pouco público, Gala Drop conseguiu proporcionar um ambiente de leveza e excelência naquele que era o último concerto do palco Antena 3.
A competir com Noel Galagher, não ia ser fácil ter casa cheia, mas os que lá estavam eram os necessários. Um passarinho de dança para aqui e outro para ali, fechar os olhos e deixarmo-nos levar Tejo abaixo até chegarmos ao Atlântico e daí só parar nos trópicos, no meio de um ilhéu coberto de vegetação e tribos dançantes. Gala Drop ofereceu-nos um concerto limpo e dedicado, com uma paisagem sonora segura e constante, abanar o corpo com as guitarras e mexer os pés ao ritmo das congas, uma coreografia fácil numa noite quente.

SBTRKT dá um concerto para casa cheia. Apesar da acústica do Pavilhão de Portugal não ter sido das melhores, havia zonas onde o som era bem mais limpo e aí era só entregarmo-nos à musica. Sampha (o cantor neste formato live) foi a chave do sucesso do concerto onde fez uma diferença brutal. O concerto foi memorável tanto pela quantidade de sucessos como pela energia que estava por baixo daquela pala. Músicas como "New Dorp New York" fizeram todos cantar e dançar ainda mais.



Estávamos no MEO Arena, antigo Pavilhão Atlântico, no local da Expo 98, a ouvir a "Don't Look Back In Anger", num festival onde mais tarde atuaria o Sting e no dia seguinte os Blur e os dEUS. Faltava apenas a "Bittersweet Symphony" a dar nos altifalantes para sermos remetidos de imediato para o ano de 1998. Imaginamos que estamos num ano qualquer late-90's Glastonbury. Cantamos em plenos pulmões “and so Sally can wait she knows it's too late as we're walking on by” com uma cerveja na mão a fitar Noel Gallagher e companhia a trazer de volta o espírito perdido dos Oasis até à presente década do século XXI. E digamos em bom da verdade que o fez eximiamente. Os originais de Gallagher com os High Flying Birds não se distanciam muito das composições dos falecidos(?) Oasis: os quatro acordes da praxe, a mesma progressão rítmica, a voz... só muda o nome da banda.

"Champagne Supernova", "Whatever", "Digsy's Dinner", "The Masterplan"... não esperávamos por tantas canções da sua antiga banda num set tão curto e, ainda por cima, em festival. Bom para os fãs e para os menos fãs, pois os Oasis são daquelas bandas que, por muito que não se goste, todos sabem as letras de cor: nós não somos exceção. Cantámos e vimos cantar naquele que foi o concerto mais saudosista deste Super Bock Super Rock, com um Noel Gallagher sem muito que provar e a interagir muito mais com o público do que aquilo que esperávamos. Fica o momento gravado para a posteridade e um hit histórico da música pop sentido da melhor forma possível.

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Após a diáspora dos fãs do ex-Oasis, segue-se Sting, este já a remeter mais incisivamente para a década de 80 e as idades dos presentes comprovavam-no. Ainda não nos debruçámos muito sobre o tema mas uma das vantagens desta mudança de local reside nisto mesmo: o Sting a atuar para uma plateia de fãs que possivelmente não se deslocaria ao Meco (aquilo nunca foi no Meco, mas pronto) para o ver, devido ao pó, às menores condições e à probabilidade do concerto ser perturbado por uns quantos cromos campistas que vão ao festival única e exclusivamente para acampar e fumar umas ganzas, enquanto discutem sobre o mais medíocre dos temas durante os concertos do palco principal. Pessoas mal formadas existem em todo o lado, é certo, mas assim evitaram-se umas quantas centenas, se não milhares.

Uma das coisas que mais me recordo do antigo festival, era Peter Gabriel a atuar e os tais “cromos campistas” a meterem música com o telemóvel, incomodando toda a gente, enquanto a orquestra de 50 elementos tecia um dos melhores concertos de que tenho memória... o mesmo sucedeu em Massive Attack e em inúmeros outros concertos.  É verdade que o espírito de festival se perde muito neste novo recinto, porém, aqui o que conta é a música e nada mais, movendo esses campistas para outros mares nunca antes navegados... e ainda bem!

Sting regressou a Portugal com uma barba digno de um verdadeiro cantor folk perdido no norte dos EUA, apresentando um alinhamento que percorreu ambas as fases da carreira do músico: com os The Police e a solo. "If I Ever Lose My Faith In You" foi a escolhida para abrir o concerto, seguida de "Every Little Thing She Does Is Magic" (dos Police) e "Englishman In New York". Com um conjunto tão potente de hits não foi preciso muito para conquistar logo o público que cantou as três canções quase integralmente. Sting, ao ver que tinha o público na sua mão, brincava com os ohh-ohh's habituais, por vezes excessivos, que os fãs repetiam calorosamente.

Foi incrível perceber a quantidade de hits que o inglês tem. Praticamente todas as canções eram conhecidas do público em geral e grande parte delas ainda constam nas playlists de muitas rádios.
"So Lonely", "World Is Running Down", "Driven To Tears", "Walking On The Moon", "Message In A Bottle"... E naquelas não tão conhecidas, Sting ensina a letra antes da canção se iniciar como foi o caso de "Heavy Cloud No Rain", tema mais recente em que coube ao público gritar “No rain” cada vez que o verso surgia, evitando assim uma eventual falha de atenção e entediamento. Jogada ágil.

E se o ex-Police toca o seu Precision com uma leveza de invejar qualquer baixista, o mesmo se aplica aos restantes membros da banda, todos excelentes músicos. Houve solos de violino, bateria, guitarra... todos tiveram o seu momento e mostraram o porquê de estarem ali e não a tocar covers, quem sabe se não mesmo de Sting, num bar qualquer em Inglaterra.

"Roxanne" numa versão extendida e com "Ain't No Sunshine When She's Gone" pelo meio, encerra o alinhamento numa forma que poucos o conseguiriam fazer.  Sting regressa para interpretar "Desert Rose" na versão mais árabe que conseguiu e "Every Breath You Take" em que quase não cantou: o público fê-lo exemplarmente. Mais um clássico dos Police em versão extensa com, novamente, oh-oh's a imitarem tanto as notas vocais do cantor como as do baixo e num segundo encore algo inesperado, sobe ao palco de guitarra acústica ao peito, juntamente com o baterista, despedir-se com "Fragile", uma das suas mais bonitas composições.

Relativamente aos êxitos, apenas faltaram "Next To You" e "Shape Of My Heart" que também gostaríamos de ter escutado. Fica para uma próxima. Quer sejam canções antigas ou novas, rápidas ou lentas, Sting entra e sai com o público na mão, dominando completamente o MEO Arena e este primeiro dia de festival.

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Da debandada de Sting poucas centenas sobraram para o set de Madeon no palco principal. Já o palco Carlsberg vira uma autêntica pista de dança, após o indie dos Toro y Moi. De repente, estávamos numa discoteca no Algarve ou no Estoril, a cantar e a dançar como loucos um House português e contagiante. Mirror People entra para nos fazer suar, em versão Live, acompanhado por Maria do Rosário, que ao contrário de Rui Maia, que se esconde por detrás da mesa, a cantora expõe-se de uma forma efusiva de acordo com a sonoridade da música apresentada.

Xinobi continuou noite dentro entretendo os presentes com o seu DJ set rico em bass lines pesadas para felicidade dos que permaneceram no recinto.  Às quatro e meia o recinto encerrou e foi hora de reabastecer energias porque no dia seguinte era dia de trabalho e havia ainda muito festival pela frente.



 
Texto por Diogo Oliveira e Joana Brites

Fotografia por Hugo Adelino
por
em Reportagens


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