
Em modo de celebração pré-Páscoa o Cave 45 trouxe-nos no passado Sábado um serão tardio com a banda Vulpus, projecto de Black Metal Atmosférico portuense criado em 2013. O evento teria contacto com uma actuação do projecto O Cerco, que em comunicado oficial anunciou o cancelamento do mesmo devido a conflitos internos. Tal facto não impediu uma sala bastante composta de vibrar ao sabor da sonoridade intensa do quinteto, que após uma paragem de um ano promete voltar aos palcos e anunciar um álbum muito em breve.
Desafiantes de classificar, os temas de Vulpus vão do Post-Black e Atmosférico ao Drone, relevando influências Folk mas não deixando de lado as notas negras do Black Metal e o seu ritmo furioso e distorcido. Após uma introdução ambiental e meditativa, lentamente se inicia a viagem. O baixo potente marca o tom profundo do gig acompanhado pela forte presença do vocalista Nuno Hendrik e pelo gradual intensificar das guitarras e do baterista, cuja prestação se revelaria explosiva (pedal duplo assim até parece fácil). Início tímido mas firme, depressa se sente o caracter fortemente narrativo do alinhamento pelas suas oscilações melódicas e rítmicas e a vertente experimental do mesmo.
As inseguranças sentem-se ocasionalmente nos temas mais calmos e introspetivos, esquecidas na sua fase final quando o concerto atinge o seu expoente com os dois últimos e inéditos temas: "Along Obsidian Shores" e "Centritude". A emoção passa crua e rasgada, seguindo o ritmo pujante e distorcido das guitarras e mais uma explosão de força por parte do baterista. Um concerto que lança pistas sobre o que o futuro trará para esta banda, que parece ter escolhido o ano de 2016 para ressurgir em público, lançando pistas sobre um hipotético álbum de estreia.