O álbum começa com "Under the Pressure" e não começa nada mal. O ondear das guitarras, a sobreposição dos solos, a bateria e o baixo ao fundo e a voz algo distanciada do Adam dão uma excelente boa vinda a este álbum. É a música ideal para começar um disco. Mas também, pela forma como se dá o 'fade away' até final, também podia perfeitamente acabar o mesmo.
"Red Eyes", a tal música que me chamou a atenção. Ali, uma mistura de Cure e Smiths que resulta muito bem. Alguns sentimentos de tristeza mas de esperança também. Talvez a música mais 'dançável' do álbum, mais 'comercial' se é que se pode dizer. Mas talvez seja isto uma blasfémia e tenho de dizer que seja a menos 'anti-dançável' e menos 'anti-comercial'.
"Suffering", como o nome indica, não é nada simpática. Uma letra triste e a música num registo muito suave. Mas que calha bem pois está situada entre as duas melhores músicas do disco.
"An Ocean in Between the Waves" é, para mim, a melhor do álbum. E a melhor música do ano, para já. Sempre num ritmo crescendo, sempre numa constante luta de guitarras, com a bateria a full pedal. Então,quando passa dos 4'20'', em que a voz a fica cada vez mais para 2º plano, a guitarra perder o controlo e à medida que vai avançado entra outra guitarra, a bateria e o baixo por trás sempre a puxar até ao momento em que no fim do verso (e nesta altura assumo que já nem consigo ouvir a letra), Adam manda um grito e foi neste momento que decidi que tenho de ver esta banda ao vivo.
Depois deste inicio electrizante, se fumasse um cigarro, tinha de ir à varanda neste momento...
"Disappearing", é como a "Suffering", para interiorizar, para chegarmos atrás na poltrona, cabeça na almofada atrás e fechar os olhos. Ouvir aquele dançar de guitarras (uma constante em todo o álbum) e as brincadeiras com o slide, parece-me.
"Eyes to the Wind", uma música mais a apontar para o folk. Fosse escrita (letra, música e instruções para ser cantada) pelo Bob Dylan e não me surpreendia nada.
"Burning", um claro tributo aos Cure, sendo "Just Like Heaven" o destino da homenagem. "Lost in the Dream" e "In Reverse" (esta novamente a apontar para o folk) pouco acrescentam ao álbum que podia ter ficado por aqui.