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Anaal Nathrakh - Endarkenment

Anaal Nathrakh - Endarkenment - 2020
Review
Anaal Nathrakh Endarkenment | 2020
Hugo Moreira 12 de Outubro, 2020
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Svalbard - When I Die, Will I Get Better?
Desde o seminal In the Constellation of the Black Widow que o duo de Birmingham, constituído por Dave “V.I.T.R.I.O.L.” Hunt e Mike “Irrumator” Kenney, tem vindo a desenvolver a sua signature blend, por vezes paradoxal, de diferentes subgéneros e vertentes musicais. Quase que por alquimia, Anaal Nathrakh habilmente destilaram as essências de subgéneros de metal extremo, como black metal, industrial metal e grindcore, e as temperaram e suavizaram com generosas pitadas de melodia. No entanto, neste álbum, que tão bem faz jus ao seu título, a banda explora o equivalente musical ao chiaroscuro, a justaposição da luz e da escuridão. Este parece ser o tema recorrente do álbum, já o 11º da banda, em que faixas que começam envoltas em panos de escuridão desabrocham em janelas de luz. O efeito é um mosaico musical que percorre todo o espectro, desde a harmonia mais horripilantemente negra até à melodia mais pujante e operática.

Talvez por isso mesmo este álbum é bem mais acessível que álbuns anteriores da banda, álbuns em que o duo parecia estar a fazer um esforço consciente e quase perverso de testar os limites da resistência dos seus ouvintes, castigando-os com longas passagens que poderiam ser generosamente descritas como earrape, plenas de vocais e instrumentos distorcidos ao ponto de serem indistinguíveis de interferência sonora. O que se observa neste álbum, no entanto, é uma banda que parece estar a fazer um esforço deliberado na direção oposta, na direção de expandir tanto o seu repertório como audiência, adotando uma estética sonora mais reminiscente ao melodeath. O som continua a ser cáustico e absolutamente in your face, mas os instrumentos — os vocais e a bateria em particular — têm um som muito mais limpo e polido.

Os fãs de Anaal Nathrakh poderão ficar um pouco desapontados com o que efetivamente constitui uma ligeira mudança de direção, mas o álbum não perde por isso. Se é bem mais acessível que trabalhos anteriores? Absolutamente. Mas isso é dificilmente uma surpresa, pois tanto Passion como Vanitas também o foram, e enquanto que Passion foi uma tentativa mais fracassada e dificultada por uma miríade de problemas conceptuais, Vanitas mostrou que Anaal Nathrakh têm a capacidade de aliar o negrume do black metal e grindcore com uma apurada sensibilidade melódica.

A faixa-título, “Endarkenment”, combina destramente blast beats e linhas de guitarra abrasivas com refrões com vocais limpos carregados de uma sensibilidade melódica que roça o pop. É uma faixa a par das melhores e mais memoráveis da banda, como “Forging Towards the Sunset” e “More of Fire than Blood”. “Libidinous (a Pig with Cocks in its Eyes)” é um exemplo consumado deste novo paradigma da banda: riffs com um sabor inconfundível a industrial metal a fundirem vocais operáticos com linhas melódicas que não destoariam num álbum de Dream Theater ou Symphony X.

Nem tudo é positivo, no entanto. Há alturas no álbum em que esta nova dinâmica parece ir demasiado longe. “Create Art, Though the World May Perish” é um exemplo, sendo que quase faz lembrar o genérico de um anime. Ironicamente, “Beyond Word”, talvez a faixa mais reminiscente de Anaal Nathrakh of old, acaba por ser a menos interessante do álbum.

Mas quaisquer reticências que se tenham face a este álbum morrem com a faixa final, “Requiem”. Para o ouvinte mais atento, a motivo coral descendente que serve de pano de fundo para boa parte da faixa corresponde justamente ao “Dies irae” do Requiem do compositor clássico e ativista político italiano Giuseppe Verdi. E, com certeza, as primeiras palavras que V.I.T.R.I.O.L. berra são justamente Dies irae, dies illa”, latim para “Day of wrath and doom impending”, parte do texto tradicional da missa fúnebre cristã. É uma faixa com um sabor estranhamente final, e que talvez sirva de metáfora para o fechar de um capítulo e o começar de outro, uma saída das trevas em direção à luz.

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Anaal Nathrakh - Endarkenment
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