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Anderson .Paak - Malibu

Anderson .Paak - Malibu - 2016
Review
Anderson .Paak Malibu | 2016
Inês Pinto da Costa 22 de Junho, 2016
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James Blake – The Colour In Anything

Nothing - Tired of Tomorrow


 

Anderson .Paak não se contenta com meias palavras nem usa a tática dos “paninhos quentes”: o que tem de ser dito é dito sem misericórdia, pronto. Malibu é o segundo longa-duração do artista norte-americano que ganhou destaque no álbum Compton, de Dr. Dre, e é a maior prova da sua sinceridade, humildade e transparência.

Há de existir sempre o típico cliché ligado ao Rap e ao Hip Hop, que é normalmente usado por aqueles que não apreciam estes estilos de música, ou que simplesmente não conhecem nem se dão ao trabalho de conhecer: ‘’eles falam sempre da mesma coisa, estão sempre a queixar-se da vida, musicalmente não acrescentam nada, aposto que nunca ouviram um álbum decente na vida!’’. Pois, enganam-se. Malibu é um projeto extremamente completo: um trabalho musical tremendo, uma boa biografia e um grande balde de água fria para aqueles que acham que nada de importante se pode tirar do Hip Hop, do R&B e do Rap.

O potencial de .Paak revelou-se logo no lançamento do seu primeiro álbum em 2014, Venice, mas é inevitável notar no crescimento do artista assim como na sua procura por diferentes estilos musicais e sonoridades, o que nos leva a admitir que Malibu tem uma vertente R&B mais vincada do que Venice. A presença de instrumentos de sopro e também de alguns excertos tocados a piano e a guitarra dedilhada fazem do álbum um trabalho mais maduro e mais acessível a um público mais abrangente (possivelmente uma boa forma de mostrar aos pais que Hip Hop não é um lado irrelevante da música, como tantas vezes dizem que é), e que é facilmente verificável em “The Bird” ou em “Celebrate”.

Malibu tem uma mensagem muito poderosa e, lentamente, chegamos a ela. Se pouco sabemos sobre Anderson .Paak, este álbum é a forma perfeita de ir direto ao seu coração e aos seus pensamentos mais profundos. Somos apresentados à sua família de forma a que nunca nos esqueçamos dela e, apesar de um cenário não muito bonito, somos ensinados a ignorar tudo o que é supérfluo e a concentrarmo-nos no que é realmente importante - e  temos todos de admitir que, por muito ‘’cheesy’’ que este ideal seja, vai sempre fazer sentido. Anderson que o diga:

“My sister used to sing to Whitney

My mama caught the gambling bug

We came up in a lonely castle

My papa was behind them bars

We never had to want for nothing

Said all we ever need is love.”

-The Bird

 

Anderson fala também dos problemas da fama e da influência que o ambiente em que cresceu teve na construção da sua carreira. A prisão do pai, o problema da mãe com o jogo, a falta de dinheiro e as condições em que vivia são alguns dos assuntos abordados e que contribuem para o carácter autobiográfico do álbum:

“Gave my momma ten racks

And she packed and went to Chumash with it

Quadruple the worth and give me half of it

Half of it I took in the back of the air mattress

A quarter stash was stashed in a box with the Air Maxes

The rest got lost in Saks with my wifey”

-The Waters

Anderson jamais se minimiza e muito menos culpa as circunstâncias em que cresceu por algum trauma ou falta significativa, apenas afirma que todas estas vicissitudes o tornaram mais forte. As referências recorrentes às origens, à terra natal, às amizades da juventude, ao primeiro amor, à família, aos primeiros contactos com a música e ao percurso que realizou durante a sua carreira demonstram que os 30 anos de .Paak viram muito mais do que seria esperado e que há uma maturidade clara no confronto com todos estes assuntos. Isto demonstra, mais uma vez, o amadurecimento do artista entre Venice e Malibu. Entre boas faixas de dança, outras que nos obrigam a pensar e colaborações com vários nomes do Hip Hop - como BJ The Chicago Kid e ScHoolboy Q - a qualidade musical é garantida neste longa-duração.

E a mensagem ‘’poderosa’’ de que falei anteriormente? É fácil: o berço em que nascemos não determina o nosso futuro, mas não podemos esquecer que o futuro não vive sem o passado, é preciso lembrá-lo. (E sim, eu sei, podem dizê-lo. Este texto está cheio de frases motivacionais e chavões de encorajamento, eu sei! Mas ouçam o álbum, vão perceber). E espero que me perdoem, mas deixo-vos com mais um chavão, que vos ficará certamente na memória depois de ouvirem a última faixa do álbum: “Don’t stop now, keep dreaming”. Acho que está tudo dito.
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