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Ava Luna - Infinite House

Ava Luna - Infinite House - 2015
Review
Ava Luna Infinite House | 2015
Luís Sobrado 30 de Abril, 2015
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Tobias Jesso Jr. - Goon

Dreamweapon - Dreamweapon
[img=http://www.wavmagazine.net/wp-content/uploads/2015/04/avaluna.png][titulo=Ava Luna][album=Infinite House | 2015][pontuacao=7.6][musica=spotify:album:7HV8DxW6opX5mpgdAMLEiX]
Assim como há cães que se revelam extremamente parecidos com os seus donos, no olhar ou na forma de andar, ou até carros que ao longo dos anos vão envelhecendo e se tornando cada vez mais parecidos com o seu condutor, mais baços e desgastados, o mesmo se pode dizer dos Ava Luna em relação à sua cidade: tal como Nova Iorque, ou, mais concretamente, tal como o bairro de Brooklyn, também os Ava Luna são vibrantes, coloridos e, acima de tudo, um perfeito caos organizado.

A banda liderada por Carlos Hernandez, filho de um DJ de música soul, é, tal como Brooklyn, um melting pot. O som esquizofrénico e quase bizarro da banda nova-iorquina reúne influências que vão do dance-punk a la DFA à soul e ao funk dos anos 70, do R&B ao krautrock, do art-rock freaky de uns Dirty Projectors até à no wave.

E a verdade é que, com directrizes tão díspares, o melhor que poderíamos esperar é aquilo mesmo que os Ava Luna nos dão: uma pop irresistivelmente divertida, groovy e dançável e que nos é capaz de surpreender a qualquer momento. A imprevisibilidade é levada até níveis extremos: tanto Carlos Hernandez dedilha tranquilamente a sua guitarra em "Black Dog" como somos subitamente tomados de assalto por uma explosão de guitarras e sintetizadores que rapidamente nos remete para a subcultura punk da no wave, para um concerto dos Teenage Jesus And The Jerks no final dos 70s.

Infinite House é uma espécie de sequela de Electric Balloon, do ano passado, disco esse que, por si só, já revelava algum amenizar do autêntico caos sónico no qual Ice Level, de 2012, fazia os Ava Luna entrar. O facto de Infinite House ser esse mesmo mimetizar do que foi feito no último disco acaba mesmo por ser o maior defeito a apontar a este álbum recentemente lançado pela Western Vinyl.

Por detrás da admirável despreocupação e energia que emana da música criada pelo génio de Carlos Hernández (e do seu falsetto) reside a principal faceta dos lunáticos criadores de canções que são os Ava Luna: o gosto pelo estranho, pelo bizarro, pelos sons que subitamente e de forma áspera nos irrompem pelos ouvidos e nos fazem pensar "o que raio foi que aconteceu aqui?".

Reza mesmo a história que, durante as gravações de Ice Level, Ethan Bassford (talvez pelo nome tenha optado pelo baixo como instrumento de eleição) terá perguntado a Carlos Hernandez se poderiam "ao menos tentar escrever uma música com um refrão". A julgar pelo resultado final do disco, a resposta terá sido um redondo não. Mas Bassford persistiu: "Não te preocupes, Carlos, vai continuar a soar estranho. Ter um refrão não vai fazer a música não soar estranha".

Talvez tenha sido exactamente essa conversa a fazer com que, nos últimos dois registos, a banda tenha deixado de se aventurar pelo rock dissonante, experimental, mas sempre soulful de Ice Level, e tenha apostado em canções mais convencionais . Tudo isto sem nunca esquecendo o que realmente interessa: a soul e o bizarro. A banda encontrou, na verdade, a melhor definição de todas para a sua música: no Bandcamp dos Ava Luna podemos encontrar nas tags a expressão "nervous soul" e, com isto, pouco precisaríamos de acrescentar.

Curiosamente, dois dos pontos altos de Infinite House encontram-se em duas das canções com um refrão propriamente dito: a abrir, "Company" começa com uma linha de baixo a acompanhar um ritmo dançável até explodir com o refrão cantado a plenos pulmões por Carlos Hernandez ("Do you appreciate my company?"). Já mais para o fim, "Bilzz" oferece-nos uma das canções mais catchy do ano. Guitar-driven e com grande destaque para o falsetto inspirado por Prince, está imaculadamente (des)construída e culmina com mais uma interrogação: "Who's gonna pay my bills?", pergunta-se Hernandez.

É da soma dos riffs bluesy à Captain Beefheart com os coros femininos, das linhas de piano groovy com as guitarras fora de tom, das canções sem forma mas que por isso mesmo são especiais com as explosões da voz ora doce ora raivosa de Hernandez que se constrói a identidade única dos Ava Luna. E deve ser mesmo disso que os Ava Luna se devem orgulhar: por muito que procuremos, não há som como o deles.
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