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Beck - Colors

Beck - Colors - 2017
Review
Beck Colors | 2017 Alternative Rock
João Rocha 14 de Novembro, 2017
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Vivemos numa época nunca antes vista, onde a cada momento que passa novas bandas se formam, e novas músicas chegam aos nossos ouvidos. Se por um lado isso leva à criação de uma das mais ecléticas gerações que há memória, por outro fomenta a efemeridade da canção “Que se prova, mastiga e deita fora(...)”. Colors, o novo álbum do norte-americano Beck, é a concretização desta estranha dualidade da realidade musical atual.

Bek David Campbell nasceu muito antes desta nova geração, mas já vivia nessa altura o sentimento que hoje ela sente. Aliás, em muito se deve ao músico o rumo que as coisas tomaram. Descendente de uma família ligada às artes, e tendo passado grande parte da sua adolescência a saltitar entre meios diferentes (desde o surgimento do hip-hop em L.A., ao desenvolvimento do anti-folk nova-iorquino), não nos é de estranhar que as influências que criaram o artista sejam as mais diversificadas. No entanto, estranheza foi o que Beck causou na década de 90 com as suas primeiras canções. Aquando a chegada de Looser em 1993, parte integrante do álbum de 94 Mellow Gold, ninguém estava preparado para uma mistura tão grande de géneros, que juntava nas mesmas canções rock com hip-hop, numa produção cheia de texturas e detalhes, mas com um ar propositadamente cru e sujo. A tudo isto junta-se a ironia e irreverência que depositava nas suas letras, que levou a que a confusão da recepção rapidamente se tornasse em louvores de crítica, e sucesso comercial. Rapidamente, e mantendo esta linha criativa, tornou-se um dos nomes maiores da música da sua geração, e ainda hoje lhe é reconhecido o talento, tendo ganho em 2015 com o fantástico Morning Phase (álbum de revisita ao adorado Sea Changes) o Grammy de melhor álbum do ano.

Como, tendo em conta este percurso, vimos desabar em Colors não conseguimos perceber muito bem. Sendo a tendência atingir o next-level e ser-se o mais alternativo e refrescante possível, Beck, após ser agraciado com um Grammy, decide dar as voltas ao jogo e faz aquele que é sem sombra de dúvidas o seu trabalho mais pop. Num registo bem mais animado, onde reina o upbeat, regressamos aos tempos de energia de Midnite Vultures, mas aqui numa esquizofrenia bem menos consistente - numa entoação negativa. É um álbum pop, e musicalmente pouco arriscado, um risco que decidiu tomar e  que por pouco não lhe saiu furado. Aqui, Beck explora a música atual, viajando entre o típico pop-rock americano e as batidas eletrónicas que estão presentes em todas as músicas desta época. Ouvir “Wow” leva-nos imediatamente para o Universo de Rick and Morty - a atmosfera de “Get Schwifty” é óbvia -, no entanto fica-nos a impressão de que a música fica a meio gás. Na realidade, isto acontece um pouco por todas as canções do álbum, onde não conseguimos encontrar consistência nem esse empenho típico de Beck em aprimorar toda aquilo em que toca. Não obstante, todas as músicas de Colors, que foi produzido por Greg Kurstin - Adele, Sia, Lilly Allen -, estão cheias de potencial comercial, rivalizando, obviamente em patamares diferentes inerentes ao género, com qualquer álbum de Beyoncé. A flauta da faixa título faz-nos lembrar, e gruda-se igualmente na nossa cabeça, a de “Everything Now” dos Arcade Fire, e “Up All Night” tem o mesmo poder de catchyness que “I Can’t Feel My Face” de The Weekend.

No entanto, num emaranhado de canções que não se ligam propriamente, temos um momento bem tipicamente Beck: “Dear Life” é uma re-leitura do género americana, construída magistralmente, e recheada da irreverência lírica e sonora que o cantor americano tão bem nos habituou.

Colors é um divertido álbum que nos permite passar um bom momento. No entanto, é dos trabalhos menos inspirados de um músico que desafiou os cânones da música, e que como um buraco negro, distorce-a perante o tempo e o espaço. Não obstante, é de admirar que mesmo nos seus piores trabalhos, Beck é capaz de nos oferecer algo interessante e agradavelmente audível, provando que o pop não tem de ser merda.
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