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Big|Brave - Vital

Big|Brave - Vital - 2021
Review
Big|Brave Vital | 2021
Beatriz Fontes 04 de Maio, 2021
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Bongzilla - Weedsconsin

Femi Kuti & Made Kuti - Legacy +
No que a estilo e presença diz respeito – a dita impressão digital –, o caso de Big|Brave percebe-se ser singular. Sem que se imponham demasiado as linhas de guia de géneros musicais, estes orientam o seu som de acordo com as bases estilísticas que eles próprios definiram desde cedo. Os discos surgem, assim, como gravações de experiências únicas, e, nesse sentido, Vital aparece como um exemplo excecional desta tendência. Juntando à consideração os videoclipes que acompanham “Of This Ilk” e “Half Breed”, que dão continuidade a uma estética de vídeo que há muito temos vindo a observar e que também vive deste minimalismo visualmente potente, ou mesmo a fotografia que enche o website da banda, percebemos que a forma como Big|Brave expõem o seu trabalho tende a ganhar proporções de instalaçãe artística.

O som pelo qual a banda se faz definir mostra uma inclinação para fazer equilibrar a melodia e o silêncio numa quase dança. Geram, na atmosfera que criam, a liberdade para gesticulações livres, e Vital atesta-o melhor do que qualquer outro disco na discografia da banda – há aqui aquilo que equivale a um estado de entorpecimento trepidante, enquanto o batimento cardíaco se mantém acelerado pela antecipação. “Abating the Incarnation of Matter” é uma introdução colossal ao disco, uma faixa vividamente intrépida, um monstro de groove. Os gritos Björk-escos de Robin Wattie aparecem firmes e fortes, mas tão crus que se tornam emocionalmente lancinantes. Com o mesmo propósito, os backing vocals em “Of This Ilk” acontecem vagos, isolados e arrepiantes, invocativos da imagem de um humano agonizado que ninguém consegue ouvir. No decorrer deste disco, a elasticidade, o alcance e o experimentalismo da voz não são menos que delirantes. Por entre a beleza das melodias ou o assombro dos riffs, a doçura fria e dorida do tom de Robin assume proporções emocionais que se podem ouvir como a personificação assombrosa das emoções que a música procura expor.



O início de “Half Breed” é de um hipnotismo desnorteado que caminha para o descolar do instrumental. Expande-se no elevar pendente das guitarras e no reluzir do metal, contrai-se para dar lugar ao arranhar bruto da distorção. Nesta faixa e em “Of This Ilk”, exploram o uso de longos períodos de silêncio usados como passagem, criando um acumular de energia estonteante. Em “Of This Ilk”, o silêncio antecipa algo grande e industrializado, um respeitar de tempos estranhos e viciantes por esse motivo. Os intervalos de silêncio são o vácuo, o momento em que tudo entra em suspensão. Vemo-nos a tentar antecipar o imprevisível. O momento da quebra é monstruoso, o contraste deu-lhe um empurrão. Com “Wited, Still and All...”, entram numa espécie de estado meditativo, onde a vivência do som é lei regente. Forma-se um movimento cinético, onde a regra é a de deixar soar delicada e minimamente. Aparecerá novamente em “Of This Ilk”, que a começar desde logo com o murro ofuscante do riff base, terminará na suspensão pacífica deste estado de ruminação contemplativa que vemos transferido para o início de “Vital”. Mais uma vez, a voz brilha, incisivamente bela, dolorosamente sóbria.

A distorção introduz-se gradualmente, vai ganhando pressão, vai-se torcendo e contraindo pacientemente na ameaça do puxão. Com “Vital”, fecha-se o círculo e vemos acontecer a grande explosão final. Os Big|Brave encontram o seu som na formação de tamanho, volume, magnitude e peso. Há dois anos, A Gaze Among Them aparece com uma força áspera, redentora e tenuemente colorida. Agora, essa força surge mais refinada no som deste álbum, mostrando-se ainda mais turbulenta, mais imponente, mais intransigente e mais emocionalmente carregada. Partindo, desde o primeiro segundo, de um ponto de solidez já firme naquele que seria o som de Big|Brave, encontramo-los a conhecerem-se ainda melhor. Disto, resulta o espaço nebular que abriga a experiência musical excecionalmente intensa que Vital representa.

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