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Interpol - El Pintor

Interpol - El Pintor - 2014
Review
Interpol El Pintor | 2014
Rafael Trindade 23 de Setembro, 2014
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Branches - Casa Nossa

Perfume Genius - Too Bright
Tendo em conta as performances incríveis de Carlos Dengler em discos como Turn On The Bright Lights e Antics, quaisquer sugestões que indiquem que os Interpol estão melhor sem ele imediatamente serão refutadas pelos grandes fãs do trabalho da banda. Por vezes meticulosas, outras vezes simples, as linhas de baixo de Dengler representavam uma grande parte daquilo que fornecia autenticidade à sonoridade dos Interpol, apenas ultrapassadas pelas distintas entregas vocais barítonas, confessionais e apaixonadas de Paul Banks.

Após Our Love To Admire e Interpol terem sido considerados tropeções na carreira dos nova-iorquinos, estes presenteiam-nos em 2014 como um trio em El Pintor. Esperava-se um resultado ainda mais desastroso do que os dois álbuns anteriores, mas surpreendentemente os Interpol deram a volta e trouxeram-se a si mesmos de volta. Quase como uma redescoberta artística, El Pintor é o disco mais focado e consistente da banda desde os clássicos dois primeiros discos da sua discografia, e serve de prova em como os Interpol ainda conseguem fazer um disco de qualidade na sua integridade.

A formação dos Interpol enquanto trio resulta numa musicalidade mais simples e numa ligação mais coesa entre as músicas que constituem o disco. A antémica All The Rage Back Home abre o disco de maneira brilhante, e é possivelmente a música mais forte que a banda escreveu desde a clássica Evil. As vocais calmas de Paul Banks permanecem paralelas às linhas de guitarra melódicas e afogadas em reverb de Daniel Kessler, até que a bateria e o baixo entram no tema e tudo fica automaticamente contaminado com energia. Seguidamente, My Desire mostra-se como o conseguimento de uma faixa que se situa precisamente entre o tenso e o contagiante.

Há pontos fracos aqui e ali, claramente. Anywhere não soa a inspiração por parte da banda nem revela e/ou acrescenta algo de especial ao disco. Ancient Ways toma uma abordagem perante a produção afogada em reverb, introduzida pelos lendários My Bloody Valentine em 1991, e acrescenta-lhe um toque de post-punk à Interpol (e sem qualquer outro tipo de descrição possível). E não, esta colisão não gera a concepção de algo positivo, mas sim outro tema sem qualquer tipo de inspiração evidente. Em compensação, Same Town, New Story transmite a genuinidade que no fundo nunca esteve completamente ausente de qualquer disco dos Interpol, e My Blue Supreme conquista-nos de modo dócil com os falsettos delicados de Paul Banks e a intrínseca instrumentação que coexiste no papel de fundo sonoro. Breaker 1 é faixa de destaque que serve como uma ode ao sentimentalismo que sempre moldou os Interpol e como uma reminiscência de que foi esta a banda que realizou o empreendimento musical que foi Turn On The Bright LightsTidal Wave e Twice As Hard finalizam El Pintor numa nota alta, sendo a primeira uma construção perfeita de escalas até a um climax de arrepiar a espinha, e a segunda uma faixa de encerramento lenta, melancólica e poderosa. Os Interpol não nos deixam a desejar, mas sim convencidos de que ainda há razões pelas quais devemos acreditar num regresso aos discos de qualidade... ou pelo menos, numa reinvenção por parte da banda. Mas certamente há alguma coisa na qual podemos acreditar.

Carlos Dengler pode ter deixado a banda, mas o próprio Paul Banks toma também o cargo de baixista, dissipando quase toda a saudade que Dengler deixou. Daniel Kessler continua um prodígio na guitarra. Sam Fogarino sempre foi simples, proeminente e eficaz no seu instrumento, e as linhas de bateria no novo disco da banda de pós-punk americana reforçam tal afirmação. Paul Banks continua um mestre na arte de transmitir emoção com as suas vocais sentimentais e letras introspetivas, e a nova criação dos Interpol demonstra que qualquer comparação que antes tenha sido feita entre ele e o mítico vocalista dos Joy Division, o falecido Ian Curtis, é completamente absurda. Dois mestres em domínios distintos, vindos de gerações distintas e com estilos distintos.

Falemos de gratificação. El Pintor é um disco recompensador em todos os sentidos. Pode não ser tão sofisticado, emocional ou melancólico como Turn On The Bright Lights, nunca foi esse o propósito do novo disco dos Interpol, de todo. El Pintor apresenta-se através de pinceladas predominantemente claras como um disco de uma energia contagiante, pintando com cores vividas e em tela cheia que a sonoridade pós-punk e a qualidade do agora trio americano ainda vive. Os próprios Interpol ainda vivem. Nova Iorque ainda se importa, tal como nós ainda devemos.
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