1
SEX
2
SAB
3
DOM
4
SEG
5
TER
6
QUA
7
QUI
8
SEX
9
SAB
10
DOM
11
SEG
12
TER
13
QUA
14
QUI
15
SEX
16
SAB
17
DOM
18
SEG
19
TER
20
QUA
21
QUI
22
SEX
23
SAB
24
DOM
25
SEG
26
TER
27
QUA
28
QUI
29
SEX
30
SAB
31
DOM
1
DOM

Krallice - Crystalline Exhaustion

Krallice - Crystalline Exhaustion - 2022
Review
Krallice Crystalline Exhaustion | 2022
João "Mislow" Almeida 03 de Fevereiro, 2022
Partilhar no Facebook Partilhar no Google+ Partilhar no Twitter Partilhar no Tumblr

Korn - Requiem

Wiegedood - There’s Always Blood at the End of the Road
Já se perde a conta aos álbuns que já cantam na tão vasta e multifacetada carreira dos nova-iorquinos Krallice. O quarteto, apesar de nunca se ter aventurado em grandes investimentos de digressões mundiais ou a colaborar com editoras de alcance intercontinental, já é mais do que reconhecido e louvado nos circuitos do underground americano e europeu. Junto desde 2007, o grupo formado por Colin Marston, Nicholas McMaster, Mick Barr e Lev Weinstein já não tem mãos para segurar tanta criatividade, algo que chegou a ser questionado durante os três anos de espera entre o muito venerado black metal cósmico de Years Past Matter e a mutação espástica avant-garde de Ygg Huur. Desde este último, a expansão criativa, inspiração e imaginação do quarteto caminha sem qualquer rival, contando com nada mais nada menos do que OITO lançamentos, entre álbuns, EPs e colaborações – excluindo as várias miscelâneas de remasterizações e álbuns ao vivo. Tendo em conta que todos os membros (sem exceção) vivem também num mundo de milhares de projetos paralelos (mencione-se Dysrhythmia, Woe, Edenic Past, Encenathrakh, Beastlor e muitos mais), todos eles bem ativos e de recomendação, é de sublinhar que, se as ideias e a inspiração mudaram de alguma forma, foi sempre para mais!

O último checkpoint dos Krallice passou pelo disco de isolamento em pandemia Demonic Wealth, do ano passado, gravado e misturado totalmente à distância. O seu plano sonoro, que apresentou uma viragem com muitas ideias melódicas e estéticas extremamente interessantes, acabou por padecer no esquecimento pela necessidade de uma moldura reverberante realmente imponente e musculada. Crystalline Exhaustion deseja continuar este novo capítulo de tonalidades, mas com o devido e merecido upgrade no processo de gravação – totalmente facultado pelo próprio guitarrista Colin Marston no seu estúdio Menegroth the Thousand Caves. Recorrendo a uma nova afluência de dungeon synths e vários outros sintetizadores, denota-se uma lufada de ar fresco a contrastar com o pano de fundo pesado em frequências baixas e tons mais graves, faceta essa que se mostra imediatamente na inaugural “Frost”. As correntes de ar gélidas sentem-se nas batidas compassadas dos floor toms, bem como no surgimento dos sintetizadores em companhia do baixo.



Vivenciar este entrelaçar de cordas, sons e texturas pode parecer excessivamente sobreposto, mas a distinção é clara como o dia e as camadas dão tanto, mas tanto, à paisagem que é impossível imaginar este ecossistema sem esta interação. Os papéis dos instrumentos surgem ligeiramente alterados, com o habitual guitarrista Mick a focar-se no baixo, e com o habitual baixista Nicholas a trabalhar na guitarra. É interessante observar o quanto a banda cresce com estas pequenas, mas enormes, mudanças químicas. Muito mais power chords, menos riffs encavalitados e labirínticos, menos blast beats e muito mais espaço para respirar. “Telos” e “Heathen Swill” assumem-se como autênticas montanhas do Alaska, elevando-se pelas alturas das baterias em espiral e com umas linhas de baixo montanhosas e de tons assombrosos (inveje-se este tom!). O encorpado e castigador ambiente ártico é impiedoso e leva-nos ao limiar de uma hipotermia de subconsciência gelada.

As últimas duas pontuações, “Dismal Entity” e a extensíssima “Crystalline Exhaustion”, mostram a banda em pico de forma. Com a primeira a armar grandes planos de levitação sonora, esta emoldura-se como uma pintura clássica, com um banho de cores, formas e expressões. A última, por sua vez, transcende além de qualquer termo, palavra ou nome que tente fazer o mínimo de justiça em descrevê-la. Finalizando-se quase como um parceiro espiritual da vastíssima e calorosa “Monolith of Possession”, a exaustão cristalina responde no seu cerne ao frígido inverno em ascensão. Aqui, o sentido de melodia, escrita e expansividade ganham uma dimensão nunca antes vista na carreira da banda. É de sublinhar o poderio que esta rapaziada aqui alcançou neste fecho, como um brinde digno a tudo aquilo que o percurso dos Krallice tem vindo a afirmar.

por
em Reviews


Krallice - Crystalline Exhaustion
Queres receber novidades?
Comentários
Contactos
WAV | 2023
Facebook WAV Twitter WAV Youtube WAV Flickr WAV RSS WAV
SSL
Wildcard SSL Certificates
Queres receber novidades?