Já se passaram 3 anos desde a primeira vez que ouvimos falar dos Metz. O nome foi anunciado através da mailing list da Sub Pop como o seu próximo lançamento num registo que remontava aos inícios da editora norte-americana deixando todos com grandes expectativas para o que aí vinha. Confirmou-se: METZ foi, de facto, uma viagem ao passado com os pés no presente. As influências do grunge são notórias, no entanto, suficientemente distantes para que o disco fosse recebido como algo “fresh”. Porém, não se livrou de alcunhas como “Bleach 2” ou “novos Nirvana”.
Em METZ II a banda canadiana apresenta-se com a mesma garra e com uma sonoridade muito próxima à do primeiro disco mas bastante mais polida. Um dos avanços de II em relação ao homónimo dá-se na sua mistura: as vozes e instrumentos são agora facilmente audíveis, contrastando com toda a sujidade e incerteza presentes no álbum anterior. METZ II abre a rasgar, como se quer, com "Acetate" (primeiro single anunciado), detentora de uma das melhores linhas de baixo do registo que se subpõe ao riff bruto de Alex Edkins e aos sucessivos contra-tempos da bateria de Hayden Menzies. A fúria permanece em "The Swimmer", que nunca mais pára após aparecer pelo meio do feedback. São menos de 3 minutos. A abrir do início ao fim: uma malha à Metz! Aliás, todo o disco é composto por “malhas à Metz”, não havendo um momento em que possamos dizer: “pronto, é aqui que eles descansam...” Não, o único momento em que há algum descanso é em “Zzyzx”, interlúdio de afinação que os canadianos decidiram meter no disco antes de arrancarem para "I.O.U.", talvez o maior hino deste novo trabalho, à espera de rebentar nas suas calorosas atuações ao vivo.
"Ladfill" é, sem dúvida, a melhor faixa de METZ II. A sua intensidade, o riff, a brutalidade da bateria, o break sensivelmente a meio e o contraste entre o falado e o gritado tornam-na na mais apoteótica música deste trabalho. O caminho já estava traçado até chegarmos a "Kicking A Can Of Worms", onde as coisas acalmam, aparentemente. Às tantas damos por nós a agitar a cabeça e a gritar “Leeets goooooooo” tal é o nível de hipnose em que já estamos envoltos. Mais uma vez, o baterista Hayden Menzies mostra como sabe executar o seu trabalho, não se excedendo minimamente naquilo que lhe é pedido, nem mesmo durante o momento de puro "noise" do último minuto. É isso que torna esta música tão incrível: o descontrolo controlado. E é esta antítese que define os Metz e a sua sonoridade.
METZ II não é um disco muito diferente do seu antecessor. Aliás, como o próprio nome indica, funciona como uma espécie de continuação do primeiro. Como já foi referido, as principais diferenças encontram-se na produção e masterização e não no processo de composição em si. Grande parte das músicas vão beber muito à raiva estabelecida no homónimo. Os Metz não mudaram a sua sonoridade: apenas se aprimoraram. A raiva, a potência e a força aparecem aqui muito bem conjugadas: o suficiente para nos despertar o bichinho de os querer ver mais uma vez ao vivo.
Este disco pede mosh e é isso que vai ter, certamente!