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Pallbearer - Forgotten Days

Pallbearer - Forgotten Days - 2020
Review
Pallbearer Forgotten Days | 2020
Hugo Moreira 05 de Novembro, 2020
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Forgotten Days é o tão ansiado quarto álbum dos americanos Pallbearer. Se com Sorrow and Extinction os membros do quarteto oriundo de Little Rock, Arkansas se firmaram como fiéis acólitos da igreja do doom metal, Foundations of Burden pontapeou-os para a ribalta e consagrou-os como novos porta-estandarte do género. E ainda que Heartless tenha sido para alguns um passo em falso, em Forgotten Days a banda reclama o seu lugar legítimo no topo da montanha, num registo que regressa às raízes e que se antevê como sendo um dos melhores do ano.

“Forgotten Days”, a primeira faixa do álbum, abre com um conjunto de riffs sinistros e pesadões, dando lugar aos já característicos vocais distorcidos, quase Ozzy Osbourne-anos, de Brett Campbell. A faixa é quase que pendular, no sentido em que oscila vertiginosamente entre o movimento e a inércia, abrandando aqui e ali como que para recuperar o fôlego. A parte central da música é pontuada por laivos progressivos que fazem lembrar os trabalhos mais tardios de Death ou os mais precoces de Opeth. Já a faixa seguinte, “Riverbed”, mais melódica e sentimental, puxa à memória os póstumos Woods of Ypres no carácter bucólico dos seus riffs e harmonizações vocais.

A metáfora da montanha não é de todo descabida, porque este álbum é de facto montanhoso, tanto em termos de magnitude como estrutura. “Stasis” e “The Quicksand of Existing”, as faixas mais curtas do álbum, rondando os 4 minutos cada, ensanduícham a monumental “Silver Wings”, que do topo dos seus imensos 12 minutos serve tanto de cume da proverbial montanha como de raison d’être do álbum em si. Mas longe de serem meros throwaways, tanto “Stasis” como “The Quicksand of Existing” são especialmente interessantes justamente pela sua simplicidade e concisão. A primeira metade de “Stasis” é dominada por um alternar entre dois motivos, um mais melódico, pontuado por floreados nas guitarras, e outro mais rítmico e despido. Este vaivém entre os dois motivos acaba por desabrochar numa segunda metade mais lenta e ponderosa. Em contraste, “The Quicksand of Existing” consiste maioritariamente de um único motivo fortemente ritmado que carrega a faixa como que se de uma máquina de movimento perpétuo se tratasse.



A simplicidade destas duas faixas contrasta fortemente com “Silver Wings”, em que a abundância de motivos e a complexidade do seu desenvolvimento é quase equiparável à de uma peça de música clássica. Numa faixa em que inúmeros episódios musicais se digladiam um ao outro em busca de supremacia, o seu verdadeiro génio reside na capacidade de manter uma delicada mas constante tensão do princípio ao fim. O motivo principal da faixa, que em muito se assemelha ao de “We All Rage in Gold” dos Neurosis, desaparece e reaparece, sendo continuamente trabalhado e retrabalhado à medida que a faixa vai ganhando energia e momento. Faixas tão longas não são propriamente estranhas no doom, um género já conhecido por testar os limites da paciência e resistência dos seus ouvintes, mas poucas lhe chegam aos calcanhares em termos de riqueza e complexidade.

Se na primeira metade do álbum a banda vai empurrando o pedregulho até ao topo da montanha, na segunda deixam que a gravidade trate do resto. “The Quicksand of Existing” flui imediatamente para “Vengeance & Ruination”, “Rite of Passage” e “Caledonia”. E ainda que todas sejam perfeitamente competentes, o melhor já passou e estas faixas essencialmente cumprem a função do tão necessário digestivo após uma refeição particularmente farta.

Em suma, Forgotten Days coleta uma panóplia de referências e influências musicais como quem coleciona selos, empurrando o envelope e perfazendo um todo que é bem mais do que a soma das suas partes. E o todo é um excelente álbum de doom. Ou de qualquer género, já agora.

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