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The Black Keys - Let's Rock

The Black Keys - Let's Rock - 2019
Review
The Black Keys Let's Rock | 2019
Beatriz Fontes 01 de Julho, 2019
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Let’s Rock é o tipo de título que merece um suspiro e um “eles chegaram à tal fase, não foi?”. A crise de meio de carreira, a tentativa de recuperar o entusiasmo do primeiro embate da novidade, um cheirinho a ridículo. Acabou por ser o oposto que operou enquanto o poder secreto deste álbum e agora estamos-lhes endividados.

As expectativas para este álbum penderam perigosamente altas, talvez sobretudo para os próprios Black Keys, expresso através de uma contínua perfuração de lembretes em forma de posts nas redes sociais e mais de dez vídeos promocionais. A não esquecer que nos deixaram com Turn Blue, um disco que largou apreciações tortas, um testemunho de exaustão criativa. A sombra do seu álbum de 2014 pode também ter sido o motivo pelo qual optaram prudentemente pela produção de Let’s Rock pelas próprias mãos. Tornou-se imperativo que o lançamento deste disco não passasse despercebido. Este esforço suplementar não foi totalmente necessário, visto que a notícia de um novo álbum de Black Keys após cinco anos de inércia e a esmagadora probabilidade de um término definitivo serviu enquanto motivo suficiente para ansiar o lançamento. O vídeo oficial para o single “Go” recorre a esta ideia num tom anedótico: a tão frequentemente oculta fricção entre membros de uma banda que apenas é descoberta com um hiato de produção, uma separação ou um processo em tribunal. A reunião pode não ter sido fácil para Dan e Patrick, mas confiemos que seja persistente. As letras funcionaram como uma espécie de sessão de terapia, mas conseguiram não centrar o disco totalmente neste tópico, muito embora fosse o verdadeiro elephant in the room. Preferiram decretar um convite para uma reabertura.

Let’s Rock é o sumário daquilo que eles têm vindo a tentar construir ao longo dos anos. Têm um ADN que foi por vezes negligenciado em nome, talvez, de albergarem um público maior. Assentaram aqui e pendem para as origens, e ainda bem. Devemos compreender que é igualmente impraticável exigir que uma banda com perto de duas décadas não testasse novas sonoridades aqui e ali, ainda mais no caso do blues rock.

É de efeito imediato, com “Shine a Little Light”, que quaisquer dúvidas e reservas são arrasadas. Estivesse a tocar sem contexto, saberíamos que se tratava de uma música de Black Keys. Não fosse pelo instrumental cru, seria pela rispidez quente do tom natural de Auerbach, do qual sentimos falta anteriormente. É preservada a fidelidade em face ao caráter da banda durante todo o álbum, ao retomar o ardor concentrado das guitarras, as verdadeiras cabeças de cartaz. Decidiram parar com as invenções, voltar à simplicidade prévia, anular o digital, dar continuidade às raízes blues, aos complementos intencionalmente sloppy. Isto significou uma bateria bem cheia de músicas engrossadas de convicção e alma, indício de que a pausa foi necessária. Os vídeos de “Fire Walk with Me” e "Sit Around and Miss You” recontam o motivo do célebre vídeo de “Lonely Boy”, do álbum El Camino, numa espécie de inside joke, assim como um anúncio da sua intenção em retroceder na genealogia discográfica.

Há uma nódoa que é preciso marcar, que consegue corromper a música inteira, tão óbvio que é quase desnecessário aponta-la. Cada uma das músicas poderia ter sido um single seguro, o que ergue ainda maiores questões em torno da seleção de “Sit Around and Miss You”, cujo início ativa alarmes para um ligeiro apalpe no plágio. Resta-nos perguntar se foi uma questão de audácia ou uma distração insensata.

Let's Rock é uma imersão subterrânea no enferrujamento premeditado do old-school, a explicitamente americana atmosfera do rock’n’roll. Um álbum limpo, direto como precisávamos dele, em uniformidade com a grande maioria dos restantes trabalhos da banda. É este o charme do talento deste duo: a simplicidade de fazer uso de um género musical esgotado, ao suga-lo e cuspi-lo depois enquanto uma música de Black Keys. Let’s Rock é o materializar desta capacidade.
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