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The Body - I Have Fought Against It, But I Can’t Any Longer

The Body - I Have Fought Against It, But I Can’t Any Longer - 2018
Review
The Body I Have Fought Against It, But I Can’t Any Longer | 2018
João "Mislow" Almeida 25 de Maio, 2018
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Por esta altura, já muita gente conhece The Body. Até hoje, já falámos inúmeras vezes acerca da banda. Uma delas, a avaliar a primeira colaboração com os Full Of Hell, tal como a última passagem que fizeram por terras lusas, também ao lado destes últimos. Entretanto, lançaram o muito bem recebido No One Deserves Happiness e há cerca de umas semanas atrás, pudemos vê-los tocar em colaboração com os Thou no Roadburn em Tilburg. Desta feita, teremos oportunidade de ouvir o mais recente projeto, lançado através da Thrill Jockey: I Have Fought Against It, But I Can’t Any Longer. Os títulos extensivos (e algo risórios) dos álbuns parecem não ter mudado, mas verdade é que em termos de som, a banda parece aborrecer-se muito rapidamente com o que faz anteriormente. Em outros tempos, já cobriram o doom, o drone, o industrial com soslaios de trip-hop e pavimentam agora elementos de power electronics com o barroco, e sendo assim, como já nos habituaram, o álbum novo tem muito para oferecer. Com a primeira audição, são evidentes as tendências que retornaram ao hábito da banda desde o enorme Christs Redeemers, de 2013.

Tal como esse, existe neste registo uma grande densidade e variedade de fontes vocais de início ao fim do álbum. Cria-se com isto, um leque de opções que movem uma pletora de dinâmicas quase sempre em função do contraste e da explosão. Os gritos exasperantes e quase tortuosos do Chip King são territoriais em qualquer faixa, mas o extra do álbum recai no grande desempenho por parte de Lingua Ignota, amiga íntima da banda, que se tem demonstrado, muito à semelhança do seu projeto a solo, tão gritante quanto litúrgica. Exemplos disso, surgem imediatamente na segunda faixa “Can Carry No Weight”, onde o impetuoso ritmo abraça uma exploração quase que clássica nas suas linhas de desenvolvimento. Emocional, distópico, vertiginoso, existencial, são palavras que surgem constantemente como imagem mental no epicentro desta abertura. À semelhança desta, a quarta faixa “The West Has Failed” converge entre sensações e imagens. A hostilidade do ruído, a batida quase dançável e o reverb a densificar a transição em anthem, deixa a faixa apropriar-se numa pista de dança mais rápido do que para o abismo existencial. Entretanto, surge um throwback bem colocado aos tempos do dub jamaicano, distante, cavernoso, assombroso, mas funcional. Ao contrário destas, houve momentos no álbum que podiam ter sido mais bem conseguidos, não obstante da catchiness e da atmosfera nestas trabalhadas, “Party Alive” e “Blessed Alone” poderiam ter rendido mais do que prometeram.

Apesar disso, ainda se salvaram das fracas transições e decisões algo desmedidas que se encontram em grande plano em “Off Script” e “An Urn”, muito marcadas pela impressão demasiado preguiçosa. Por outro lado, a banda conseguiu redimir com um final de luxo, a entregar duas das faixas mais memoráveis do registo com  “Sickly Heart Of Sand” e “Ten Times A Day, Every Day, A Stranger”, que desenham com toda a definição e estética, o verdadeiro corpo e ser do grupo. Cavernoso, intenso, sangrento e mecânico, como armação de molduras erráticas e mergulhadas na excentricidade do cerne humano, as faixas despem a verdadeira questão de toda a sua procura, e respondem-no sem hesitação e gaguejo. Os ritmos tresloucados e bem vincados no industrial de “Sickly Heart Of Sand” arquitetam um abismo de loops caóticos em torno de três vozes distintas, dando afinidade a uma monstruosidade de perspectivas. Se estas duas faixas são incríveis, “Nothing Stirs” leva a taça sem pensar duas vezes. A vibe trip-hop retorna em grande forma com o ressoar do beat & bass do trap, e recorrer a intermináveis camadas com a virada de cada tempo. O alinhamento é assustador e arrepiante, o feedback corta como um método de tortura, e a repentina e desdobrada voz de Ignota transformam o panorama num background fielmente trágico e funerário.

O caixão abre-se, os pregos mergulham na madeira e a voz predomina na disformidade. A emoção coloca-se inerte e inconsequente, tal como The Body sempre o fez. A desbravar o dialecto e atmosfera nesta última contribuição dos The Body, apercebemo-nos de que já houve esforços mais bem concluídos na discografia. Um ou dois. No entanto, mesmo balançando as duas faixas mais fracas, com o resto das composições, é excecional o percurso que a dupla continua a fazer. Nunca mudando as questões, e respondendo sempre com soluções diferentes, estes hão de sempre preservar, um especial apreço pela reinterpretação do doom. Nunca usando elementos habituais e a pensar sempre fora da caixa, é através de elementos estrangeiros ao núcleo, que The Body continua a não ser para toda a gente. É assim que os queremos. Imutáveis, desconexos e completamente dados à dor de viver.
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