24
SEX
25
SAB
26
DOM
27
SEG
28
TER
29
QUA
30
QUI
31
SEX
1
SAB
2
DOM
3
SEG
4
TER
5
QUA
6
QUI
7
SEX
8
SAB
9
DOM
10
SEG
11
TER
12
QUA
13
QUI
14
SEX
15
SAB
16
DOM
17
SEG
18
TER
19
QUA
20
QUI
21
SEX
22
SAB
23
DOM
24
SEG

The Ocean - Phanerozoic II: Mesozoic | Cenozoic

The Ocean - Phanerozoic II: Mesozoic | Cenozoic  - 2020
Review
The Ocean Phanerozoic II: Mesozoic | Cenozoic | 2020
Pedro Sarmento 01 de Outubro, 2020
Partilhar no Facebook Partilhar no Google+ Partilhar no Twitter Partilhar no Tumblr

IDLES - Ultra Mono

Napalm Death - Throes of Joy in the Jaws of Defeatism
Tudo pesado, 2020 tem-se revelado um ano negro. É especialmente devido a este negrume que os pequenos triunfos tendem a reluzir com mais força. No meio do marasmo da pandemia, de extremismos disto e daquilo, do medo, da incerteza e da falta de informação, vamos sendo entorpecidos e esquecemos o sabor daquilo que vale a pena. Felizmente, o colectivo alemão The Ocean investiu-se de autoridade para nos guiar novamente para a luz, para fora da apatia, directamente para a vontade de gritar e chorar com (e por) algo que nos toca fundo. Com um intervalo de dois anos desde o seu antecessor, Phanerozoic II: Mesozoic | Cenozoic (25 de Setembro de 2020, via Metal Blade Records) é tudo o que se podia esperar e mais. A segunda metade da colectânea que se propôs a narrar 500 milhões de anos de evolução geológica da Terra inicia-se, desta vez, no período jurássico e estende-se até aos dias de hoje.

A aula começa com “Triassic”, a ponte para o anterior álbum, historicamente a maior extinção alguma vez ocorrida no planeta. Este período é pautado pela ausência de vida (que Robin Staps sabiamente orquestra com motivos guitarrísticos a lembrar os desertos do médio oriente), consequência de um aquecimento global só comparável aos níveis da atualidade, propiciando reflexões e advertências na lírica.

Milhões de anos depois entramos no período cujo nome mais desperta o imaginário do ouvinte. Dinossauros! Contando com a presença do já “da casa” Jonas Renkse (Katatonia), o tema tem o refrão mais poderoso do disco: “We are just like reptiles / Giant rulers of the world / Within the blink of an eye / Wiped off the face of the earth”. Se até agora a bateria de Paul Seidel parecia estar noutro nível, aqui confirmamos que está mesmo.

Deixamos Mesozoic com nova extinção em massa, emancipando-nos do poderio reptiliano e deixando a porta aberta à hegemonia dos mamíferos. A primeira faixa de Cenozoic é avassaladora: “Palaeocene” conta com o gutural de Tomas Liljedahl (ex-Breach) e a entrada é com toda a força. O convidado é já recorrente, mas desta vez foi mesmo responsável por escrever a letra, versando sobre como reagir ao metafórico impacto de um cometa destruidor (metafórico, ou nem tanto, dado o cometa pandémico actual).

Seguem-se “Eocene” e os seus compassos complexos, a instrumental “Oligocene”, funcionando em termos históricos como um importante período de transição ecossistémica, e “Miocene | Pliocene”, onde Loïc Rossetti nos mostra o que é ser uma das melhores vozes do metal da actualidade, do gutural extremo e grosso ao vibrato límpido e às inflexões inesperadas (é mesmo possível sentir algo de Deftones nesta faixa).

Com “Pleistocene” a ideia é gelo, é glaciar, é frio. Com um terço da superfície terrestre coberta de branco, é curiosamente este o período que vê os primeiros passos firmes da espécie humana. Musicalmente, o blast beat final é algo de portentoso e não muito frequente nos trabalhos mais recentes da banda.

O disco termina com “Holocene”, a actualidade, o futuro. Em termos líricos é uma premonição, um aviso, um uivo de desalento. O tema flui calmamente e podia ser facilmente infiltrado num outro disco de sonoridades não tão pesadas. A dança entre instrumental e voz é particularmente bem feita, demonstração da mestria de Robin Staps.

Nunca esquecendo o inviolável Pelagial, com Phanerozoic II o colectivo alemão produz um trio quase perfeito, e Robin Staps finda o sonho de contar, através da música que só lhe pode nascer de transe em sonhos, a história de 4500 milhões de anos do nosso planeta. Em termos conceituais, a porta criativa está completamente aberta e tudo podemos esperar. No que toca à qualidade sonora não é bem assim: não podemos esperar que este grupo alguma vez produza algo aquém de excelente.



(Este autor utiliza o antigo acordo ortográfico.)
por
em Reviews
Bandas The Ocean

The Ocean - Phanerozoic II: Mesozoic | Cenozoic
Queres receber novidades?
Comentários
Contactos
WAV | 2023
Facebook WAV Twitter WAV Youtube WAV Flickr WAV RSS WAV
SSL
Wildcard SSL Certificates
Queres receber novidades?