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Vampire Weekend - Father of the Bride

Vampire Weekend - Father of the Bride - 2019
Review
Vampire Weekend Father of the Bride | 2019
João Rocha 09 de Maio, 2019
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Alex Lahey - The Best of Luck Club

Big Thief - U.F.O.F.
Em 2016, Rostam Batmanglij abandonou os Vampire Weekend para se dedicar a uma carreira a solo. Em grande parte, a mistura sonora e composições excêntricas que compunham o universo da banda deviam-se às capacidades do multi-instrumentalista enquanto produtor. São essas mesmas características que apaixonaram os melómanos pelas músicas da banda americana desde o seu homónimo álbum de estreia de 2009, quando nos surpreenderam com a inclusão de sons de África num género pop/rock embutido em atitude punk. Com a saída desta peça fulcral, Ezra e companhia ficaram com um bebé em mãos, um bebé que necessitou de tempo, ponderação e amadurecimento para poder crescer e viver por si próprio. Agora, em 2019, os Vampire Weekend estão prontos para o deixar voar e levá-lo ao altar para que este possa contrair matrimónio com o público.

Father of the Bride, título inspirado no filme com o mesmo nome realizado em 1950 por Vincente Minnelli, é o resultado desses seis longos anos que os Vampire Weekend necessitaram para estruturar esta sua nova fase que, apesar de tudo, mantém as linhas gerais de tudo o que fizeram até agora. Com a perda de Rostam na equipa, os restantes elementos da banda decidiram que o melhor seria continuar com o que fizeram até aqui, mas à sua maneira. De certa forma, é a evolução orgânica de uma banda que se adaptou a uma nova realidade e basta ouvir a faixa de abertura, “Hold You Now”, para percebermos quão bem evoluíram. A faixa, que conta com a participação de Danielle Haim das HAIM (que colabora em mais duas canções), começa com uma melodia simples e despida, com a voz de Ezra a dar as boas vindas, para logo depois introduzir um sample do coro de Hans Zimmer no filme de 1998 The Thin Red Line, de Terrence Malick. Percebemos logo que as composições ganham outros trejeitos, mas que se mantêm ousadas, excêntricas e surpreendentes.

Na capa, uma ilustração da Terra; e conforme vamos avançando no álbum, vamos constatando que cada faixa é uma viagem pelo planeta; tanto em latitude e longitude, como em espaço e tempo. A sua grande base é a canção americana e o rock dos anos 70 – de Fleetwood Mac aos Grateful Dead -, havendo, no entanto, espaço para sonoridades orelhudas ao bom jeito ABBAesco e Beatlesiano, ou fusões multiculturais quando o world music conquista espaço no mercado comercial. A viagem faz-se através de um elevador com música ambiente – “My Mistake” -, que nos transporta entre andares distintos, cada um deles com um género diferente. Desde os ritmos do Brasil – em “Flower Moon” – à revolução portuguesa – os acordes iniciais de “Bambina” são parentes de “Venham mais Cinco” de Zeca Afonso.

Em Father of the Bride, existe lugar para a experimentação e para o risco, apesar de numa forma mais contida, mas que nem por isso soa pior ou excessivamente diferente, fazendo dele um álbum contido e coeso. Aliás, ouvindo “We Belong Together”, que contou com a produção do ex-integrante da banda, podemos constatar que a visão dos restantes estava bem definida e não órfã de mãe. O pai segurou as rédeas da casa, mesmo que para isso tenha sentido a necessidade de recrutar auxílio. Para além das HAIM, também Steve Lacy, dos The Internet, colabora em duas faixas do álbum. E para a produção contam com a ama seca de longa data – Ariel Rechtsaid – assim como Dave Macklovitch, dos Chromeo, DJ Dahi e BloodPop. O facto de Rostam ter produzido duas faixas - “We Belong Together” e “Harmony Hall” - vem demonstrar que foi um divórcio consensual, onde existe aceitação e admiração do trajeto que este filho está a seguir.

No entanto, este novo álbum dos Vampire Weekend tem um grande defeito: a sua duração. São dezoito faixas, algumas delas curtíssimas para funcionarem como interlúdios, outras repetitivas e em que se denota que foram pensadas enquanto melodias e não enquanto músicas. Isto é, o seu som é natural, mas a sua estrutura – início, meio, fim – soa preguiçosa. Um bom exemplo disso é “Sunflower”, que facilmente se torna aborrecida e desinteressante para o ouvinte. Outras há que são uma total ejaculação precoce. “Jerusalem, New York, Berlin”, a última faixa do álbum, não chega aos três minutos e cada segundo que passa é um crescendo de empatia em quem a ouve. Precisamos de mais; a música tinha muito mais espaço para crescer, até atingir a apoteose. Tudo isto contribui, principalmente nos dias de hoje, para que o álbum tenha de lutar e arranhar para manter a atenção de quem o ouve.

Father of the Bride é o mais díspar álbum na carreira da banda nova-iorquina, mas está longe de ser o pior. Aliás, se existe algo que os Vampire Weekend nos habituaram é ao seu exímio nível de qualidade. É um álbum que causa alguma estranheza na sua primeira audição, pela sua vertente mais despida e popesca e pelas suas letras e composições menos punk e mais terra-a-terra, mas que na sua essência continua a ser Vampire Weekend. É notório que Ezra e companhia não se sentiram pressionados em fazer um álbum que elevasse a fasquia ou que desse provas do seu valor, agora reduzidos a trio. Seis anos foi o tempo necessário para criarem algo que lhes agradasse a eles. Não se pode dizer que tenha existido uma mudança de registo - ou evolução, em stricto sensu – pois, em boa verdade, é só uma alteração de mood. Um mood que, de audição em audição, vai crescendo na pessoa que agora vos escreve, e que vos aconselha a fazer o mesmo.
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