[img=http://musicandriotsmagazine.com/wp-content/uploads/2014/06/whiteLung_deepfantasy.jpg][titulo=White Lung][album=Deep Fantasy | 2014][pontuacao=6.3][musica=spotify:album:64w2PSTImdSXDfoc7TqARQ]
Deep Fantasy não mostra a estreia dos canadianas White Lung nos álbuns, mas mostra como em três álbuns o agora quarteto consegue continuar com o género com que iniciaram a carreira, muito talvez devido à semelhança de sonoridades entre os mesmos. Depois da passagem da editora Deranged, o terceiro trabalho de estúdio traz a assinatura da Domino Records e a promessa de uma maior projecção que acaba por estar a crescer tenuemente.
Em mais um álbum, de curta duração, cerca de 22 minutos, a banda de punk/hardcore com influências de noise rock acaba por mais uma vez trazer um álbum onde as letras das canções são tão importantes como comparar os valores monetários das contas bancárias dos artistas. Mas nem sempre são as letras que definem parte de um bom trabalho e o quarteto compensa isso com a existência de sonoridades bem trabalhadas e viciantes que podem ser encontradas em "Sycophant" e "Face Down" - um regresso há rebeldia adolescente dos anos oitenta a noventa.
O problema de Deep Fantasy é ser no seu total um álbum "sujo", que embora expressivo e de certo modo com espírito de revolta, acaba por agarrar-se às sonoridades mais hardcore que punk e ir buscar grandes influências nos riffs do metal. "Drown With The Monster", os inícios de "I Belive You" e "Face Down" confirmam isso.
"Snake Jaw" é talvez a malha punk mais fácil de ouvir, um início a relembrar "Anarchy in the USA" dos gigantes da cena, Sex Pistols, procedido pela já familiar voz de Mish Way que acaba por lhe dar características mais rock. A par de "Face Down", "Wrong Star" e "In Your Home" é a restante música do álbum que acaba por adquirir sonoridades mais suaves, o que mostra o que a vocalista tinha descrito sobre o álbum há uns meses atrás "mais como um registo rock do que um registo punk". Há assim uma menor monotonia nas melodias, mas esta constatação acaba por ser discutível face a uma audição em loop do álbum que mostra similaridades em todas as composições.
Deep Fantasy poderia ser um álbum melhor que Sorry, de 2012, mas apesar da evolução na implementação de arranjos mais rock'n'roll, continua a ser um álbum a ter a base dos anteriores trabalhos onde a lírica continua a ser um plano B. Não é um mau álbum, mas também não chega a adquirir os atributos para preencher a tabela de álbuns do ano.